22,1% das famílias em SP estão em situação de inadimplência
O índice de julho registra o maior valor desde abril de 2024, atingindo 905,7 mil domicílios com contas em atraso, conforme dados da FecomercioSP.

A inadimplência de famílias na capital paulista atingiu 22,1% em julho de 2025, o maior índice desde abril do ano anterior. O levantamento, divulgado nesta 3ª feira (5.ago.2025) pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), indica um aumento de 0,5 p.p. em relação a junho e excede o índice de 19,9% registrado no mesmo período de 2024. Com esse percentual, 905,7 mil domicílios paulistanos encontram-se com contas em atraso.
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A PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) apontou elevação da inadimplência em todos os segmentos econômicos examinados. Nos domicílios com renda até 10 salários mínimos, a taxa aumentou de 26,1% para 26,5%. Em relação a famílias com rendimentos acima desse valor, o índice subiu de 10,5% para 11,3%.
O estudo também demonstrou que 9,1% das famílias não conseguirão quitar suas dívidas, em relação a 9% em junho e 8,2% em julho de 2024. Essa elevação corresponde a aproximadamente 40 mil famílias adicionais nessa situação. O período médio de atraso nos pagamentos também aumentou, subindo de 61,6 para 62,1 dias.
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Em contrapartida ao crescimento da inadimplência, o endividamento caiu de 71,4% para 70,9% em julho, interrompendo uma série de aumentos sucessivos. Esse indicador representa aproximadamente 2,9 milhões de famílias na capital paulista com dívidas.
O cartão de crédito continua sendo o principal fator de endividamento, presente em 80% dos domicílios, seguido pelo financiamento imobiliário com 15,7%. Em comparação com julho de 2024, o uso do cartão de crédito apresentou redução, caindo de 86% para os atuais 80%. O crédito pessoal, que ocupava a segunda posição no ano passado com 15,4%, diminuiu para 11,9%.
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O endividamento entre as famílias com renda até 10 salários mínimos atingiu 75% em julho, em comparação com 76% no mês anterior. No grupo de renda superior, observou-se um aumento de 58% para 58,8%.
Em comparação anual, o comportamento se inverte: para os de menor renda, o endividamento aumentou em relação aos 73,6% de julho de 2024, enquanto para os de maior renda houve queda em relação aos 61,1% registrados há um ano.
O percentual de renda comprometido com dívidas atingiu 27% em julho, o menor patamar desde fevereiro, situando-se em uma faixa considerada ideal, até um terço da renda. A intenção de adquirir crédito também reduziu, passando de 13,6% em junho para 12,7% em julho, inferior aos quase 20% observados no início do ano.
Destos consumidores que ainda têm intenção de obter crédito, 10,3% pretendem utilizá-lo para quitar dívidas e 5% para o pagamento de contas. Em relação à forma de pagamento mais vantajosa, o cartão de crédito parcelado lidera com 26%, seguido pelo PIX, com 25,7%.
A FecomercioSP aponta que, embora a inadimplência tenha aumentado, os indicadores sugerem uma melhora gradual da renda, com atrasos concentrados no curto prazo e baixo comprometimento da renda. O mercado de trabalho aquecido e a inflação mais controlada devem contribuir para evitar a deterioração do cenário financeiro das famílias.
Fonte por: Poder 360