O Exército está conduzindo uma investigação para determinar se pelo menos três militares da unidade em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, estão envolvidos no roubo de 21 metralhadoras de guerra a pedido de facções criminosas. A investigação também busca esclarecer se o crime ocorreu durante o feriado de 7 de setembro e se continuou nos dias seguintes.
As informações acima foram confirmadas nesta quinta-feira, 19 de outubro, pela TV Globo e pelo G1, com base em fontes ligadas à investigação, bem como por parentes dos militares que estão atualmente impedidos de deixar o Arsenal de Guerra desde que o desaparecimento das armas foi confirmado. Cerca de 160 militares estão retidos no quartel desde a semana passada, tendo seus celulares confiscados, e estavam trabalhando nos dias 6, 7 e 8 de setembro.
Anteriormente, cerca de 480 militares foram inicialmente detidos, mas na terça-feira, 16 de outubro, 320 deles foram liberados para retornarem às suas residências. Até o momento, mais de 50 militares já prestaram depoimento ao Exército no âmbito do Inquérito Policial Militar (IPM) que investiga o desaparecimento das metralhadoras. Segundo informações da instituição, a investigação sobre o sumiço do armamento está sob a responsabilidade exclusiva do Comando Militar do Sudeste (CMSE), localizado em São Paulo, e do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), com sede em Brasília.
O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informou que ainda não há confirmação de suspeitos no caso. A investigação está em andamento e, assim que houver confirmação de suspeitos, a informação será divulgada imediatamente. Paralelamente à investigação, todos os militares do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) que tinham a responsabilidade de fiscalizar e controlar o armamento e que forem comprovadamente culpados de irregularidades serão responsabilizados e sujeitos a punições disciplinares, de acordo com o Regulamento Disciplinar do Exército (RDE).
Segundo informações do Blog da Andréia Sadi, o Exército já identificou os suspeitos envolvidos no desaparecimento das 13 metralhadoras calibre .50 e oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra da cidade. Esses militares receberam formulários de apuração de transgressão para apresentarem suas defesas. Eles eram responsáveis pela fiscalização e controle do armamento e, se considerados culpados pelo desaparecimento, serão sujeitos a punições disciplinares.
“As ações estão sendo integradas com o apoio dos órgãos de segurança pública, sobretudo na área de inteligência, e com orientação do MPM e a Justiça Militar da União, com o objetivo de apontar os responsáveis e recuperar o armamento. A investigação compete ao Exército, por se tratar de crime militar da competência da Justiça Militar da União”, informa a comunicação do CMSE.
Conforme relatado pelo Blog da Andréia Sadi, a Polícia Federal (PF) procurou o Exército para discutir a possibilidade de sua participação na investigação do caso.