O mercado de delivery no Brasil registrou um volume de R$ 139 bilhões entre 2019 e 2023, com um crescimento acumulado de 50,8% nesse período, conforme dados da Euromonitor Internacional. A previsão é de que o setor cresça 6,9% até 2028, permanecendo como um dos mais competitivos do país.

A 99Food iniciou, na segunda-feira (20), o processo de cadastramento de motociclistas que desejam atuar na plataforma. A operação será retomada no Brasil até o final do primeiro semestre de 2025, em razão do investimento de R$ 1 bilhão anunciado pelo Grupo Didi, controlador da 99.

A estratégia visa a construção de um percurso mais lucrativo e organizado para os parceiros. Motociclistas que completarem 15 viagens com passageiros e pacotes, além de 5 entregas de comida por dia, obterão ganhos mínimos de R$ 250 diários – valor 50% superior à média do setor, conforme projeções da empresa.

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Conflito entre aplicativos se intensifica com a chegada da chinesa Meituan e contra-ataque do Rappi

A retomada da 99Food ocorre em face do aumento da competição no setor de entregas. Durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, no dia 12, um pacote de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil.

A empresa Meituan, que opera o aplicativo Keeta, está expandindo suas operações no Brasil. A plataforma, já presente em Hong Kong e Arábia Saudita, pretende investir aproximadamente R$ 5 bilhões nos próximos cinco anos. O projeto prevê a criação de 100 mil empregos indiretos e a implementação de uma central de atendimento no Nordeste, gerando até 4 mil empregos diretos.

A empresa Rappi anunciou, em maio, que visa triplicar sua base de restaurantes parceiros até o final do ano, elevando o número de estabelecimentos de 30 mil para 60 mil.

A 99 disponibiliza isenção de taxas e mensalidades por dois anos aos restaurantes. O objetivo é construir um ecossistema mais acessível e competitivo, considerando que o iFood, agora como plataforma de conveniência multicategorias, diminuiu sua posição de domínio exclusivo.

Rede de apoio disponibiliza estrutura nas cidades importantes.

A 99 investirá R$ 50 milhões nos próximos cinco anos para criar pontos de apoio aos motociclistas associados, além dos valores mínimos.

Esses espaços contarão com banheiros, áreas de descanso e hidratação, em colaboração com empresas de logística e estabelecimentos de alimentação locais. A ação visa aprimorar as condições de trabalho e proporcionar maior dignidade durante a rotina diária.

Aplicativo unifica transporte, entrega de produtos e serviços financeiros.

De acordo com Luis Felipe Gamper, diretor sênior de Logística da 99, o principal benefício reside na operação integrada.

Nossos parceiros poderão trabalhar com mais eficiência e rentabilizar melhor o tempo, com todos os serviços da plataforma – transporte de passageiros, entregas e delivery de comida – afirma.

A transação integral será realizada no mesmo aplicativo, com pagamentos disponíveis no mesmo dia através do 99Pay.

Empresa busca aumentar a segurança e a lucratividade dos entregadores.

Gamper também ressalta que a empresa mantém diácom o governo para avançar em questões como o acesso à previdência social e a definição de um piso salarial.

Estamos alterando a lógica do relacionamento com os entregadores para estabelecer um novo modelo de valorização e proteção.

Nova etapa busca maior receita, menor despesa e inclusão.

O retorno da 99Food integra a estratégia da 99 de expandir o acesso a oportunidades de trabalho e renda por meio de um superapp nacional.

A empresa visa atrair tanto profissionais que já trabalham com entregas quanto novos colaboradores que buscam uma renda adicional.

Com o modelo integrado, benefícios para restaurantes e isenção de taxas para os parceiros, a 99 atua de maneira mais intensa em um mercado em expansão, porém com competições mais acentuadas.

Fonte: Carta Capital