Biden e Xi Jinping se encontram para tentar diminuir tensões entre EUA e China
15/11/2023 às 10h12
Os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, terão uma reunião na quarta-feira (15) antes de uma cúpula do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco. O objetivo é diminuir as brigas na rivalidade, vista como a mais perigosa do mundo.
Os líderes das duas maiores economias do mundo se conhecem há mais de dez anos e conversaram por seis horas desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021.
Mas desde então eles só se viram pessoalmente uma vez. Xi não viaja para os Estados Unidos desde 2017, quando Donald Trump ainda era presidente.
O que precisa ser abordado
A Casa Branca diz que a reunião, que será em um lugar não informado na área da baía de São Francisco, é para melhorar a comunicação e evitar que uma rivalidade forte se torne um conflito.
A reunião deve abordar problemas importantes do mundo todo, como o conflito no Oriente Médio e a invasão da Ucrânia pela Rússia. Também serão discutidos os laços entre a Coreia do Norte e a Rússia, Taiwan, direitos humanos e inteligência artificial. Além disso, será debatida a importância de relações comerciais e econômicas justas.
Leia também:
BC Alerta: Exposição de Dados Afeta 8 Mil Chaves Pix do BTG Pactual
Bukele afirma que resultados das eleições marcam história e sugere um partido único
Mais de 900 mil pessoas na Califórnia estão sem energia devido a inundações
Biden deve comunicar a Xi que os EUA continuam comprometidos em apoiar os aliados e parceiros no Indo-Pacífico, apesar da pressão da China sobre Taiwan, que é um país democrático e a China alega como parte de seu território, assim como nas águas do Mar do Sul e Mar do Leste da China.
Ele deve, ainda, expressar um compromisso específico com a segurança das Filipinas, segundo autoridades americanas.
Há acordos que precisamos fazer.
A Casa Branca diz que Washington busca resultados específicos: espera ver progressos no restabelecimento dos laços militares com a China e no combate ao comércio de fentanil, o potente medicamento opiáceo sintético cujo uso se tornou um problema nos Estados Unidos. Qualquer acordo sobre o fentanil provavelmente significaria, em troca, que Washington teria que suspender as sanções de direitos humanos ao instituto forense da polícia da China.
Biden disse na terça-feira (14) que seu objetivo seria retomar as comunicações normais com a China, incluindo contato entre militares.
Com as eleições em Taiwan previstas para o início de 2024, analistas políticos acreditam que a China procurará garantias dos EUA de que não apoiarão a independência taiwanesa. Além disso, o presidente Xi também buscará convencer o presidente Biden a reduzir tarifas e restrições de exportação que dificultam o envio de semicondutores avançados para a China.
Ao mesmo tempo, em um jantar com líderes empresariais, o presidente da China também vai tentar estimular o baixo investimento das empresas dos Estados Unidos na China.
Os líderes podem destacar planos para aumentar os voos comerciais entre os dois países. Especialistas em política acreditam, ainda, que pode haver um movimento para aliviar as restrições aos vistos de jornalistas, o que seria benéfico para ambos os lados.
Biden deve também pedir à China que use sua influência junto ao Irã para não ampliar o conflito no Oriente Médio.
Mas ninguém espera uma redefinição da relação ou qualquer grande acordo que altere dramaticamente a forma como os países se vêem.
“Seguimos em um período duradouro de competição e tensão”, disse Richard Fontaine, do Centro para uma Nova Segurança Americana, de Washington. “Não haverá grandes avanços, não haverá nenhuma mudança real de substância”.
Como a reunião vai impactar os mercados
Os negociantes devem se concentrar nas negociações para entender a relação entre os dois governos.
Os 21 países da APEC e todos os outros países não estão otimistas em relação a uma redução das tensões entre os Estados Unidos e a China.
A melhoria na relação poderia ser vista como um progresso positivo, porém analistas políticos indicam que essa melhora pode ser passageira.
As eleições em Taiwan no início do próximo ano e a votação presidencial dos EUA em Novembro de 2024, que poderá trazer Trump de volta à Casa Branca, prometem um ano repleto de incertezas.