Os ex-fiscais da Fazenda de SP estão em conflito num divórcio de R$ 51 milhões - ZéNewsAi

Os ex-fiscais da Fazenda de SP estão em conflito num divórcio de R$ 51 milhões

08/12/2023 às 8h45

Por: José News

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Um casal de ex-fiscais de rendas da Secretaria da Fazenda de São Paulo está passando por uma crise no casamento e está negociando o divórcio. A proposta inicial de acordo envolve R$ 51 milhões, que incluem uma mansão em Angra (RJ), uma casa ao lado do Parque Ibirapuera em São Paulo e barcos.

Durante a discussão, há imagens de dinheiro e acusações de uma contabilidade secreta na empresa de arquitetura de luxo do casal. Também existe a ameaça de serem despejados e um emocionante relato sobre a tristeza de vender um barco que foi decorado com cuidado.

Márcio Miranda Maia trabalhou como agente fiscal de rendas até 2015. Nesse ano, ele decidiu deixar o cargo na Secretaria da Fazenda de São Paulo. Naquela época, ele estava sendo investigado pelo Ministério Público em meio a uma série de operações que envolveram fiscais acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Suspeitava-se que uma empresa em seu nome estivesse envolvida na lavagem de dinheiro de outros fiscais por meio de investimentos imobiliários.

Márcio Maia não foi incluído na lista de pessoas acusadas e as investigações com relação a ele não avançaram. Ele agora está trabalhando no setor privado, onde abriu um escritório de advocacia com um ex-agente da Receita Federal. Os dois são sócios de um ex-juiz do Tribunal de Impostos e Taxas de São Paulo e trabalham em casos relacionados a impostos, incluindo alguns contra a Fazenda de São Paulo.

Maia era casado com Patrícia Del Gaizo. Ambos trabalhavam como fiscais de rendas, mas Patrícia deixou seu emprego público em 2019. Eles são sócios na empresa OPT, que constrói e vende imóveis de luxo. No momento, estão passando por problemas no casamento e têm dívidas, o que resultou em um processo de dissolução da sociedade.

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Em maio deste ano, Márcio Maia enviou um e-mail expressando seu interesse em apresentar duas propostas para resolver o divórcio de forma tranquila. Em uma das propostas, foi sugerido um valor de R$ 51 milhões.

Casa no Ibirapuera e mansão em Angra

O preço é a combinação de um imóvel de 613 metros quadrados na Avenida República do Líbano, bem próximo ao Parque do Ibirapuera, uma propriedade residencial na Bela Vista, parte de uma empresa e um pagamento parcelado de R$ 6 milhões, feito em 60 vezes de R$ 100 mil.

A ideia da mansão em Angra não está incluída na proposta. No documento, o casal é apenas um pequeno sócio do imóvel, junto com os donos de uma empresa de aviação de luxo. O acordo estabeleceu a construção de uma casa luxuosa na Ilha do Jorge, uma área turística no Rio de Janeiro.

Nessa parceria, a OPT construiu uma enorme mansão à beira-mar, com píer exclusivo e iate. O imóvel foi anunciado na imprensa especializada por R$ 62 milhões.

Fraude contra cliente e manipulação dos registros financeiros.

Em dois processos judiciais, um casal está em uma disputa intensa. Em um deles, Márcio Maia está buscando a saída de Patrícia da sociedade. Ele alega que ela está tentando levar embora o cliente mais importante da empresa, que também é sócio na mansão em Angra.

Em outra acusação, ele afirma que Patrícia guardava dinheiro em espécie e contratava familiares sem motivo na OPT. Ele mostrou fotos de notas e papéis com anotações manuais como prova.

Em resposta no processo, Patrícia afirmou que não tentou roubar cliente algum. Ela diz ter sido expulsa da empresa pelo marido e que o empresário de aviação preferiu continuar trabalhando com ela. Segundo Patrícia, a tal “contabilidade paralela” era um “controle manual” ao qual Márcio Maia sempre teve acesso, que envolve gastos pequenos, como de “lanchonete”, e que o nome de “controle paralelo” é “mais uma tentativa de confundir” a Justiça.

Estamos numa situação difícil e você está menosprezando isso.

Durante a discussão, Patrícia pediu para que todo o patrimônio da OPT fosse bloqueado. Mensagens mostram o drama da divisão dos bens de luxo do casal.

Em uma conversa, Maia questiona Patrícia sobre a entrega de um barco. Patrícia respondeu que não estava se sentindo bem para fazer isso. Ela explicou que já havia selecionado tudo o que comprou através de um vídeo com Alan e indicado onde colocar cada coisa. No entanto, foi algo bastante desgastante para ela. Patrícia comprou tudo com carinho e imaginou usando cada item.

Em outra troca de mensagens, Maia reclama: “Estamos na merda por causa das casas. E você está cagando pra isso. E você vai ser despejada. Não vou quebrar por sua causa”.

Um ex-fiscal declarou que “confirmaram sua inocência”.

Márcio Maia disse, em nota ao Metrópoles, que ele não trabalha no serviço público desde setembro de 2015, quando deixou a Secretaria da Fazenda. Desde então, ele se dedica apenas a negócios particulares na área jurídica, que são regularmente revisados.

O ex-fiscal afirma que “qualquer correlação entre seu patrimônio e a função pública exercida há mais de oito anos é leviana” e que as investigações das quais foi alvo por sete anos “atestaram sua inocência, não restando, portanto, quaisquer dúvidas sobre a lisura tanto do patrimônio quanto dos atos praticados enquanto agente público”.

“Quanto ao divórcio em que estou envolvido, não tenho comentários porque o processo é sigiloso”, afirma a nota. Por fim, o ex-fiscal garante que suas ações são pautadas pela verdade, transparência e ética, e que se baseiam em provas e decisões judiciais e administrativas que comprovam os fatos apresentados.”

Não foi possível encontrar o posicionamento de Patrícia Del Gazo. Estamos aguardando sua manifestação.

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