Banco Safra mudou sua decisão e agora vai participar no plano de recuperação judicial da Americanas
17/12/2023 às 19h45
Único banco que havia ficado de fora de um acordo com as Lojas Americanas, o Safra mudou de posição e decidiu aderir ao plano de recuperação judicial da varejista às vésperas da assembleia geral de credores, marcada para terça-feira (19). O banco havia denunciado cinco tentativas de fraude no acordo e feito um pedido para a Justiça de anulação da assembleia, que foi negado.
O jornal O Globo antecipou a informação de que o Safra aderiu ao plano e o Estadão confirmou. O Safra não comentou quando procurado. A reportagem não conseguiu entrar em contato com as Americanas até publicar esta nota.
O Safra tem R$ 2,5 bilhões a receber da Americanas. Até então, o banco afirmava que a tentativa de aprovar “à fórceps” o plano no “encerrar das luzes de 2023” se dava para própria rede de varejo e para “instituições financeiras coniventes com a fraude” conseguirem benefícios tributários.
Entre as tentativas de fraude, de acordo com o Safra, estavam o compromisso que os bancos haviam firmado no acordo de não entrar em litígio contra a Americanas e os principais acionistas (Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira), o tratamento diferenciado entre os credores de uma mesma classe e o reconhecimento da data-base de apuração dos créditos como 19 de janeiro, enquanto a lista de credores considerava a data-base de 12 daquele mês.
A Americanas fechou um acordo em novembro com donos de mais de 35% de sua dívida. Conforme o acordo, a empresa receberá R$ 24 bilhões para se capitalizar, parte vindo dos acionistas e parte convertendo dívidas com os bancos credores.
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Segundo a empresa, após a aplicação do plano, a dívida bruta das Americanas irá diminuir para R$ 1,9 bilhão. No final de 2022, a dívida bruta era de R$ 37,3 bilhões.