O ex-presidente americano Bill Clinton foi mencionado em uma lista relacionada ao traficante sexual Jeffrey Epstein

Centenas de páginas de documentos de um processo de Jeffrey Epstein, traficante sexual, foram liberadas ao público hoje. Esses documentos devem ter cerca de 200 nomes, incluindo as vítimas de Epstein, empresários famosos, políticos e outros possíveis envolvidos.

Apesar de muitas informações já terem sido divulgadas por meio de entrevistas à imprensa, esta é a primeira vez que estes documentos são apresentados a um tribunal e divulgados pelo sistema jurídico.

Os documentos incluem partes dos depoimentos de Maxwell e Giuffre. Também há um depoimento de Johanna Sjoberg, que relatou que o príncipe Andrew, irmão do rei Charles III, tocou seu seio enquanto estava sendo fotografada.

A história de Sjoberg se tornou conhecida, mas agora é a primeira vez que ela compartilha seu depoimento. Ela trabalhava ocasionalmente para Epstein e mencionou que ele a pressionava para realizar massagens sexuais que a deixavam desconfortável.

As transcrições dos depoimentos incluem referências a vários nomes proeminentes, como foi relatado anteriormente, incluindo o príncipe e também Bill Clinton, ex-presidente dos EUA.

Sjoberg contou em seu depoimento de 2016 que Epstein mencionou Bill Clinton. “Ele uma vez disse que Clinton gosta de meninas jovens”, afirmou.

Quando questionada se Clinton era amigo de Epstein, ela afirmou que entendia que Epstein tinha “negócios” com ele.

Em 2019, um porta-voz do ex-presidente confirmou que ele voou no avião de Epstein. No entanto, o porta-voz enfatizou que o ex-presidente não tinha conhecimento dos crimes terríveis cometidos pelo bilionári

Nesta quarta-feira, um representante de Clinton reiterou a negativa e disse à CNN que “já se passaram quase 20 anos desde a última vez que o presidente Clinton teve contato com Epstein”. O ex-presidente não foi acusado de crimes ou irregularidades relacionado a Epstein.

O príncipe Andrew e Virginia Giuffre fizeram um acordo fora dos tribunais no caso de abuso sexual cometido por ele, como mencionado em um documento apresentado por seus advogados na terça-feira. Andrew negou as acusações contra ele.

Estes são os primeiros documentos a serem divulgados de acordo com uma ordem judicial emitida em 18 de dezembro. Espera-se que mais sejam revelados.

Entenda a publicação dos documentos

Os documentos são arquivos de um caso resolvido movido por Virginia Roberts Giuffre, uma mulher americana que afirmou ter sofrido abuso sexual por Epstein quando era menor de idade. Nessa situação, Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Epstein, foi acusada de ajudar no abuso.

Muitas das supostas vítimas e associados deram entrevistas públicas e já foram identificadas nos meios de comunicação. A inclusão nos documentos recentemente não editados não é uma indicação de irregularidade ou violação da lei.

Os nomes de algumas vítimas permanecem ocultados devido à natureza delicada dos crimes, de acordo com documentos judiciais. Epstein foi indiciado em 2019 por acusações federais de operar uma rede de tráfico sexual na qual supostamente abusou sexualmente de dezenas de meninas menores de idade.

Epstein se suicidou na prisão enquanto aguardava julgamento. Os promotores de Nova York indiciaram Maxwell por acusações de tráfico sexual envolvendo várias vítimas. Ela foi condenada em 2021.