A Arquidiocese de SP está surpresa com uma possível CPI para investigar o padre Júlio Lancellotti
04/01/2024 às 12h05
A Arquidiocese de São Paulo está surpresa com a possibilidade de abertura de uma CPI na cidade, que envolveria o padre Júlio Lancellotti.
“Perguntamo-nos, por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral”?, diz a nota da instituição, publicada na quarta-feira (3).
“Padre Júlio não é parlamentar. Ele é o vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo para o ‘Povo da Rua’ e exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade”.
A pessoa fez a declaração enquanto existe a chance de abrir uma CPI para investigar organizações que trabalham no centro de São Paulo.
O vereador Rubinho Nunes, da União Brasil, disse que já possui apoio necessário para abrir uma CPI sobre o assunto.
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O pedido foi realizado em 06 de dezembro do ano passado. O parlamentar espera que a comissão seja instalada em fevereiro, quando o ano legislativo começa.
Apesar de o requerimento para a abertura da CPI não citar nenhuma organização especificamente, o vereador disse que, inicialmente, serão investigadas duas delas: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e a Craco Resiste.
O político também mencionou a importância de investigar outras organizações que atuam na região, incluindo o trabalho do padre Júlio Lancellotti, reconhecido por atender as pessoas em situação de rua em São Paulo.
O padre concordou nas redes sociais que as comissões parlamentares de inquérito são válidas e afirmou que é um direito do poder Legislativo realizar uma CPI.
O padre explicou que não é membro de nenhuma ONG ou organização da sociedade civil que faça parceria com a prefeitura.
A Pastoral de Rua é um trabalho pastoral da Arquidiocese de São Paulo e não tem qualquer ligação com as atividades que são alvo do requerimento aprovado para a criação da CPI em questão.
O coletivo Craco Resiste esclareceu que não é uma ONG, mas sim um projeto que busca lutar contra a opressão junto às pessoas socialmente vulneráveis da região da Cracolândia.
“Enxergamos esse tipo de ataque também como uma maneira de tirar o foco da discussão, mantendo aberto o ralo de dinheiro que passa ainda pela violência policial e a suposta repressão ao tráfico”, diz outro trecho do comunicado à imprensa.