Restos de mísseis encontrados na Ucrânia parecem ser da Coreia do Norte, dizem especialistas 

Restos de mísseis encontrados na cidade ucraniana de Kharkiv e filmados pela Reuters parecem ser da Coreia do Norte, segundo disseram importantes especialistas em armas à Reuters na sexta-feira (5).

As conclusões foram divulgadas um dia depois de os Estados Unidos afirmarem que a Rússia disparou mísseis balísticos de curto alcance norte-coreanos contra a Ucrânia, no que Washington chamou de “escalada significativa e preocupante” na cooperação armamentista entre os dois países.

A Ucrânia também disse na sexta-feira que a Rússia atacou a Ucrânia com mísseis da Coreia do Norte pela primeira vez. O país não forneceu provas.

O pesquisador e especialista holandês nas forças armadas da Coreia do Norte, Joost Oliemans, examinou imagens de destroços após um ataque com mísseis filmado em Kharkiv pela Reuters em 2 de janeiro.

“Mesmo nos mínimos detalhes, até componentes como canais de cabos e parafusos individuais e a seção do motor, podemos ver que tudo é quase uma combinação perfeita para este míssil norte-coreano”, disse ele em entrevista.

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O especialista em armas Jeffrey Lewis, do Middlebury College, baseado nos EUA, concordou, citando detalhes como a configuração característica dos parafusos de conexão do míssil.

A Coreia do Norte está sob um embargo de armas das Nações Unidas desde que testou pela primeira vez uma bomba nuclear em 2006.

As resoluções do Conselho de Segurança da ONU – aprovadas com o apoio russo – proíbem os países de comercializar armas ou outro equipamento militar com a Coreia do Norte.

Tanto Moscou como Pyongyang negaram anteriormente a realização de quaisquer acordos de armas, mas prometeram no ano passado aprofundar as relações militares.

“Especialmente como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia deveria aderir às sanções à Coreia do Norte. Portanto, isso é realmente uma violação muito grosseira”, disse Oliemans.

O chefe da administração estatal regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov, disse na sexta-feira que as marcações foram apagadas dos mísseis, mas que não foram produzidos na Rússia.