EUA: Trump mantém a ameaça de suspensão dos recursos financeiros federais para Harvard

O governo dos Estados Unidos decidiu congelar os fundos federais destinados à Universidade de Harvard, após a instituição se recusar a cumprir as exigências da administração Trump para “limitar o ativismo” no campus.

Na sexta-feira, 11/4, o governo Trump enviou uma carta pedindo que a Universidade de Harvard reduzisse seu poder em relação às decisões interiores do estabelecimento.

Pediu-se também que a entidade divulgasse de forma inmediata as autoridades federais sobre alunos estrangeiros que cometessam violações às regras disciplinares.

Além disso, a Casa Branca solicitou contratação de uma entidade externa para assegurar que cada departamento acadêmico fosse “diverso em opiniões”. Embora não tenha definido o que significa diversidade de opiniões, normalmente o governo usa esse termo para se referir à inclusão de visões políticas conservadoras.

Resposta de Harvard

Harvard se tornou a primeira university a rejeitar explicitamente as alterações solicitadas pelo governo Trump, estabelecendo uma disputa frontal entre o governo federal e a instituição de ensino superior mais rica dos EUA.

Outras instituições já haviam questionado a interferência do governo na educação superior, mas a resposta da Harvard – que classificou as exigências como ilegais – representa um grande mudança no posicionamento.

A university had been criticized for allegedly yielding to government pressure in the recent weeks.

Na carta enviada à comunidade universitária, Alan Garber afirmou que as exigências violam os direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição americana e transgredem as limites legais do governo sob o Título VI, proibindo a discriminação com base em raça, cor ou origem nacional.

“Nenhum governo – independente do partido em poder – não deveria determinar o que as universidades particulares podem ensinar, quais pessoas eles podem admitir ou contratar e qual área de estudo pode seguir.” Ele também enfatizou os esforços da universidade no combate ao antissemitismo.

Garber também afirmou que é responsabilidade da Universidade corrigir qualquer defeito ou manter seus princípios. “Estes objetivos não serão alcançados através de imposições desconexas do poder, para controlar a educação em Harvard e ditar nossa operação.” O trabalho de corrigir falhas, cumprir compromissos e encarnar nosso valor cabe à comunidade.

Cerca de universidades: Cercar as universidades (cercar é cercar, certo?)

Desde que tomou posse do governo em Janeiro, a administração Trump intensificou os ataques contra as universidades, afirmando que investigava várias instituições para erradicar programas de diversidade e combater o que classifica como antissemitismo indiscriminado nos campi. Centenas de milhões de dólares em fundos federais já foram suspensos em universidades por todo o país.

O governo tem dado especial atenção às universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos. As autoridades estão discutindo a queda de uma grande instituição como parte de um esforço para reformar o ensino superior. A ofensiva começou com Columbia e avançou para outras integrantes da chamada Ivy League, incluindo Harvard.

A correspondência enviada para o Harvard tinha um conteúdo similar ao que fez com que a Columbia adotasse alterações, enfrentando a possibilidade de perdê-los milhões de dólares.

Outras instituições como a Universidade da Pensilvânia, Brown University e a Universidade de Princeton também interromperam os recursos financeiros até que sejam atendidas as exigências do White House.

Milhões em disputa

Após a suspensão de US$400 milhões (equivalente a R$2.06 bilhões) em recursos federais, a Universidade de Columbia se submeteu às demandas do governo.

A instituição acordou em assumir o controle do departamento dos estudos sobre o Oriente Médio e criar uma nova força de segurança composta por 36 “agentes especiais”, autorizados a detê-los e remover pessoas do campus.

As demandas feitas à Harvard foram mais amplias, afetando diversos setores operacionais da universidade. Isso tornou uma resposta de resistência significativamente maior. Em jogo estão mais de US$2,2 bilhões – R$11,33 bilhões em bolsas e US$60 milhões – R$309 milhões em contratos do governo com a Universidade.

Fonte: https://www.metropoles.com/mundo/eua-trump-cumpre-ameaca-e-congela-fundos-federais-para-harvard