Cientistas acreditam em um grupo de bacterias capazes de comer toxinas do solo profundos
15/04/2025 às 13h59

Cientistas identificaram uma nova espécie de bactérias, denominada CSP1-3, que controla ecossistemas subterrâneos até 22 metros abaixo do solo. A vida ativa em profundidades tão grandes era desconhecida à ciência anteriormente.
O estudo identificou microrganismos em solos dos Estados Unidos e da China, o que sugere sua presença é ampla na Terra. Os pesquisadores indicam que as CSP1-3 representam até metade das comunidades microbianas nas camadas mais profundas do subsolo.
De acordo com James Tiedje, microbiologista da Universidade Estadual de Michigan nos Estados Unidos, líder do estudo, esses organismos representam uma parte significativa da Terra relativamente inexplorada. Isso se dá pelo fato que sua atividade é extremamente lenta e acreditava-se anteriormente que eles estivessem adormecidos.
“A maioria das pessoas acredita que micróbios em solos profundos estão dormindo, mas as análises genéticas realizadas mostram que eles estão ativos e crescendo lentamente. Como o solo profundo é um ambiente muito diferente, este grupo evoluiu ao longo de um período prolongado para se adaptar aos solos pobres.”
LEIA TAMBÉM:
● A roVER Persistência da NASA encontrou uma pedra escura mistéria no Mars
● Metéoros são pedras velhas que contêm muita água, diz um cientista da NASA
● A Ciência por Trás dos Fenômenos Paranormais: Explorando o Desconhecido com Fatos e Teorias
Comendo gas
A descoberta mostra adaptações únicas a ambientes pobres em nutrientes. Assim como bactérias das camadas superficiais (até 30 centímetros), as CSP1-3 possuem capacidade de metabolizar monóxido de carbono (CO). Além disso, parecem ser capazes também de se alimentar de partículas de hidrogênio.
Eles também podem processar nitrogênio e enxofre. Para os autores, a capacidade de metabolizar esses gases para obter energia ” pode conferir uma grande vantagem seletiva” em solos pobres além de desintoxicá-los.
Quando processam substâncias potencialmente tóxicas, como o enxofre, pesquisadores acreditam que as bactérias também se tornaram uma espécie de escudo para proteger os lençóis freáticos da contaminação.
De que lugar surgem as bacterias?
Genéticas análises sugerem que ancestrais do CSP1-3 viviam em fontes termais de água doce há milhões de anos. Com o passar do tempo, eles migraram para solos superficiais e posteriormente camadas profundas onde se tornaram dominantes. A transição exigiu expansão genômica e novas vias metabólicas.
Como as bactérias funcionam como um filtrador global de água, pesquisadores estão tentando reproduzir grupos do filo CSP1-3 em laboratório. O desafio é replicar condições extremas, tais como altas temperaturas – herança das suas ancestrais aquáticas. Caso sejam bem-sucedidos, cientistas poderão explorar as aplicações biotecnológicas deles.
Tiedje acredita que o CSP1-3 possa ajudar a resolver problemas ambientais. “Seu bioquímico único pode conter genes valiosos para metabolizar poluentes difíceis”, afirma.
Folhe a edição de saúde e ciência em suas redes sociais, como Instagram e canal do WhatsApp. Assim você estará sempre atualizado sobre os temas relacionados à área!
Fonte: Metrópoles