Ana Muylaert refuta alegações sobre “transexualidade falsificada” no Gêni e na série O Zépelin
16/04/2025 às 20h13

Desde o anúncio de Thainá Duarte como Geni em “Geni e o Zepelim”, a diretora Anna Muylaert tem sido alvo de críticas por escalar uma atriz cisgênero para interpretar um personagem que, no musical original Ópera do Malandro, é travestido cariocá vive da prostituição.
Na sua página do Instagram, uma realizadora compartilhou um vídeo solicitando “amicás e amigos” (trans ou não) para discutir a polêmica em questão. Ambas diretora quanto o elenco foram acusados de transfalsificação – termo utilizado quando atores cisgêneros interpretam personagens transexuais.
“Quero clarificar tudo. Durante a produção deste filme, percebemos que as letras do Chico e os contos de [autor francês] Guy de Maupassant, Bola de Sebo, no qual o Chico afirma ter se inspirado podem ser interpretadas diversamente: pode-se pensar em uma mulher trans; poderá ser uma mãe solteira; poderá ser Fabiana Silva da Favela do Moinho, um carroceiro; poderá ser uma presidente depostada sem culpa por responsabilidade criminal ou poderia representar uma floresta constantemente atacado diariamente pelos oportunistas”, explicou a diretora.
Ela explica que escolher uma prostituta transgênero para protagonizar o trabalho foi um “assunto de lugar da fala”. “Nós entendemos que essa poesia poderia ter várias interpretações, e nossos pensamentos foram: fazer esta versão amazônica cis com a atriz Thainá Duarte.”
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“Diante da reação da comunidade transexual, quero aqui abrir discussão e apresentar questões: essa letra do Chico Buárque ou esta poesia pode ser interpretada hoje em 2025 como um personagem trans-mulher?”, perguntou a diretora.
No vídeo, ela convoca à comunidade transexual e os fãs de Chico Buarque – compositor da clássica que inspira este filme – além do conto de Maupassant para discutir o assunto. “Se for calculado hoje em 2025, podemos interpretarmos a Geni apenas como transexual”, prometeu ela.
Reacção / Impacto
Na discussões sobre o assunto, personalidades cises e transse expressaram-se. A cantora Liniker destacou que a simples questão da escolha foi certa ou não já expõe intensamente as comunidade transexual – lembrando que Brasil é um país pouco acolhedor para pessoas fora dos padrões de gênero, especialmente quando se tratam ocupar papéis protagonistas em produções audiovisuais.
“Tudo o respeito ao trabalho de Tainá Duarte; no entanto, quando consideramos nossos textos desde que foi publicado esse assunto e tomarmos posição pela apagação, fazemos isso por motivos espaciais e opportunidades. Porque terímos atrizes trans que podem dar vida à personagem tão icônica já retratada tantas vezes como uma pessoa transexual”, refletiu a cantora.
Camila Pitanga destaca que Muylaert é livre para realizar o filme desejado, mas a interpretação feita pela uma pessoa cisgênero serve ao “apagamento doloroso de mulheres trans”.
“Pocos personagens têm este protagonismo entende? É uma opção dolorosa. Ah sim, eu amo Thainá como minha filha e gosto de seguir seu trabalho e sua voz. Ótimo debate. Observação: cuidado com o argumento da liberdade expressiva; a interpretação… existe um inimigo que utiliza este vocabulário!” assinalou a atriz.
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Uma postagem partilhada pela Ana Muylaert ([@aninha_muy])
Reescrive o seguinte trecho para
Fonte: Metrópoles