Palco Giratório 2025 apresenta homenagem à arte circense em Recife

28/04/2025 às 12h29

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(Imagem da internet).

Recife (PE) – A capital pernambucana foi palco de grande emoção com a abertura da 27ª edição do Palco Giratório, o maior projeto de itinerância de artes cênicas do Brasil. O evento realizou-se no Parque Urbano da Macaxeira no último sábado (26/4) e deu início a uma programação que, até dezembro, levará espetáculos de teatro, dança e circo a diversas cidades do país.

O evento homenageou o circo como foco da temporada e celebrou a Escola Pernambucana de Circo e sua coordenadora, a atriz e produtora cultural Fálima Pontes. A apresentação inaugural incluiu o espetáculo Circo Science – Do Mangue ao Picadeiro, da Trupe Circus (PE).

Com 27 anos de atuação na instituição, Fátima comoveu o público ao relatar a trajetória de resistência e transformação social edificada pelas artes circenses na periferia do Recife.

A homenagem do Sesc à Escola Pernambucana de Circo é uma vitória para a arte circense, para as periferias e para a resistência cultural. É uma prova de que a arte social tem potência e merece ser vista e respeitada, afirmou.

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O Circuito Giratório 2025 incluirá a participação de 16 grupos artísticos de 15 estados brasileiros, que percorrerão 96 cidades até dezembro.

Leonardo Florentino, curador do festival, afirma que a escolha da Escola Pernambucana de Circo como homenageada foi resultado de uma curadoria nacional. “A história deles inspira o Sesc há anos. A escola tem raízes profundas aqui em Recife, e o trabalho deles com o circo social é um exemplo do que acreditamos: cultura que transforma e acolhe”, explica.

Além do show de abertura, o lançamento do festival também contou com a inauguração da nova lona da Escola Sesc Pernambuco de Circo Social, no Sesc Ler São Lourenço da Mata. A escola oferece aulas gratuitas de circo para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.

A arte circense apresenta um impacto significativo, abrangendo aspectos sociais, culturais e emocionais.

Fátima destacou o impacto da Escola Pernambucana de Circo na vida dos jovens atendidos. “Nossa escola está fincada na periferia porque acreditamos que as crianças dali merecem o melhor. Merecem viajar, viver da arte, conquistar sua casa, sua vida. A arte circense transforma realidades, traz dignidade, e prova que a periferia pode sonhar e realizar”, afirmou.

A coordenadora também alertou para a precariedade dos circos itinerantes no Brasil.

A exclusão do circo é intencional. O circo provoca, rompe barreiras e frequentemente não se deseja sua existência. É mágico, é coletivo e alcança lugares onde a internet não chega. Se não houver políticas sérias de proteção, especialmente para os circos itinerantes de pequeno porte, eles acabarão desaparecendo.

O Palco Giratório

Lançado em 1998, o projeto visa democratizar o acesso à cultura e estimular a formação de plateias, apresentando espetáculos de teatro, dança e circo a dezenas de cidades em todo o país, em especial às áreas internas e periféricas.

Em mais de duas décadas, o festival já reuniu 412 grupos artísticos, realizou aproximadamente 10 mil apresentações e atraiu um público superior a 5 milhões de espectadores.

Para Leonardo Florentino, o Palco Giratório tem como função também a mediação cultural, além da circulação de espetáculos.

O Palco Giratório foi concebido para percorrer o Brasil, alcançando áreas internas e periféricas, onde frequentemente existe preconceito em relação ao circo. Seu objetivo é mediar, acolher e desconstruir essas concepções errôneas. Destacaram que o circo é arte, é vida e é transformação.

A jornalista viajou por convite do Sesc.

Fonte: Metrópoles

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