Operação Hipócrates: médico fraudulento exercia plantão e atendia pacientes infantis
30/04/2025 às 2h34

A Polícia Civil do Amazonas deteve, na terça-feira (29), um homem de 28 anos que se passava por médico e operava ilegalmente em hospitais e ações sociais na Região Metropolitana de Manaus. Identificado como Gabriel Ketzer da Silva, foi preso no bairro Parque Dez de Novembro, zona centro-sul da capital, durante a Operação Hipócrates, conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Investigações apontam que o suspeito exercia suas atividades há pelo menos dois anos sem formação na área, atendendo principalmente crianças e se apresentando como pediatra e ortopedista. Ele também fazia parte de uma fundação beneficente, realizando atendimentos gratuitos como “médico voluntário”.
Gabriel é acusado de exercício ilegal de medicina, falsidade ideológica, estelionato contra vulnerável, falsa identidade e falsificação de documentos. A investigação teve início após uma denúncia anônima, que alertou a polícia sobre a presença de um falso médico exercendo a profissão em unidades de saúde e em projetos sociais.
As investigações demonstraram que ele recrutava pacientes em consultas beneficentes e, em seguida, entrava em contato oferecendo atendimentos especializados. Ele utilizava redes sociais para se promover como profissional de saúde, inclusive compartilhando imagens de atendimentos, conforme explicou o delegado Cícero Túlio, responsável pela operação.
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Na apuração, a Polícia Civil contatou vítimas que confirmaram ter levado seus filhos para consultas com Gabriel, sem que ele possuísse habilitação médica. Com base nas evidências coletadas, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva do investigado, além de mandados de busca e apreensão em sua residência e na sede da fundação onde atuava.
Além do crime de falsificação médica, Gabriel Ketzer já havia sido preso em 2020 por se passar por oficial das Forças Armadas. Na ocasião, foi apreendido utilizando uniforme militar e respondeu por uso de documentos falsos.
As autoridades estão investigando se profissionais de saúde auxiliaram ou encobriram a atuação de Gabriel. “Vamos aprofundar a apuração para identificar eventuais médicos que sabiam da fraude e, ainda assim, permitiram que ele atendesse em seus nomes”, declarou o delegado.
Após sua prisão, Gabriel Ketzer foi direcionado ao sistema prisional e deverá ser ouvido em audiência de custódia. Ele permanece sob a disposição da Justiça.
Fonte: Metrópoles