Milícia desviou R$ 8 milhões por meio de gás e internet no Rio de Janeiro
30/04/2025 às 9h32

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, através da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), em colaboração com o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, iniciou nesta quarta-feira (30/4) a Operação Clá Roncalli. O foco é um esquema de lavagem de recursos financeiros associado à milícia que opera nos bairros Babi e Sargento Roncalli, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
As investigações demonstraram que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 8 milhões em pouco mais de um ano, empregando empresas de fachada – como distribuidoras de gás e provedores de internet – para mascarar recursos obtidos por meio de extorsão, tráfico de drogas e homicídios. As transações, segundo a polícia, são incompatíveis com as receitas informadas pelos suspeitos.
A estrutura era liderada por um líder miliciano da região, com a participação de familiares próximos, indivíduos fantasmas e até ex-militares das Forças Armadas. Estes últimos, embora alegassem receber salários entre R$ 1,6 mil e R$ 3 mil, efetuaram movimentações bancárias que excederam centenas de milhares de reais, incluindo transferências diretas a membros do núcleo miliciano.
O grupo visava dissimular a origem ilícita dos recursos por meio de estratégias sofisticadas de lavagem, incluindo depósitos fragmentados, dispersão em múltiplas contas e o emprego de intermediários para movimentar os valores. Os investigadores apontaram que uma parcela significativa da receita obtida com a venda de gás e internet na região era destinada ao financiamento de atividades criminosas, abrangendo a aquisição de armas e a expansão territorial da milícia.
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A operação visa desmantelar o núcleo financeiro da organização criminosa, que se mostra essencial para sua manutenção e capacidade de atuação.
Fonte: Metrópoles