A aprovação formal ocorreu com a aquisição da Mobly pela família Dubrule, responsável pela criação da Tok&Stok
A Agência Nacional de Vigilância Econômica (Cade) concluiu que não há impactos concorrenciais significativos, considerando que as relações entre as empresas foram previamente avaliadas.

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, na quarta-feira (30/4), sem restrições, a oferta de aquisição da Mobly pela família Dubrule, fundadora da Tok&Stok.
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A operação foi realizada por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA), com a opção de adquirir até 100% do capital social da empresa. O valor pago por ação foi de R$ 0,68.
O parecer do Cade não aponta impactos relevantes sob a perspectiva concorrencial, visto que as relações entre as empresas envolvidas já haviam sido previamente avaliadas.
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A análise do Cade considerou que a transação não estabelece novas relações horizontais ou verticais entre as partes. As possíveis sobreposições, segundo o órgão, haviam sido previamente avaliadas no processo de fusão entre Mobly e Tok&Stok, concluído em 2024.
De acordo com o Cade, a operação foi notificada de forma unilateral pelos compradores — o que é aceito pelo órgão, desde que os documentos apresentados permitam uma análise adequada. O conselho considerou as informações prestadas suficientes.
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A Mobly cancelou o acordo.
Em abril, a Mobly intensificou sua disputa com a família Dubrule e protocolou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de cancelamento da oferta de compra de 100% das ações da empresa.
A Mobly declarou que adotaria “as medidas cabíveis nas esferas administrativa, civil e criminal” em relação aos Dubrule.
A empresa alega existir “evidência de atuação coordenada e não divulgada ao mercado” por parte dos fundadores da Tok&Stok, na aquisição dos 44,3% de participação da companhia detidos pela Home24 “em condições diferentes das divulgadas pelos ofertantes no edital da OPA”.
A Mobly conduziu uma investigação interna que apontou para indícios de uma suposta articulação entre a família Dubrule, representantes de alto escalão do Grupo XXXLutz, controlador da Home24, e a Home24.
A Mobly declarou que, em reunião realizada nesta data (22 de abril), após apresentação das evidências coletadas até o momento e consulta aos assessores legais e financeiros, o Conselho de Administração autorizou a administração da companhia a tomar as medidas cabíveis nas esferas administrativa, amigável e criminal para proteção dos interesses sociais, mediante notificação às autoridades competentes.
A Mobly, além de solicitar o cancelamento da OPA, busca da CVM a responsabilização dos envolvidos.
Compreenda a situação.
Os termos do acordo da família fundadora da Tok&Stok foram divulgados por uma carta enviada no final de fevereiro.
O documento foi assinado por Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule e Paul Jean Marie Dubrule.
A família Dubrule buscava a aquisição total da empresa e o controle de 100% do capital. A Mobly recusou a oferta e considerou a proposta dos fundadores da Tok&Stok como “impossível”.
Em março, a família Dubrule reduziu o número mínimo de ações envolvidas na proposta de oferta de aquisição enviada à Mobly.
O número mínimo de ações envolvidas no negócio foi reduzido de 84 milhões para 61,38 milhões.
O material também mencionou “desafios significativos” considerados para calcular o preço da oferta, de R$ 0,68 por ação, em meio a uma dívida de mais de R$ 600 milhões e ao fato da Mobly não gerar lucro desde 2021.
De acordo com a família fundadora da Tok&Stok, as ações da Mobly apresentam baixa liquidez, o que impede uma determinação precisa do seu valor de mercado com base no preço exibido.
Na última data de 15 de abril, os Dubrule retomaram a oferta de aquisição para 100% das ações, mantendo o valor de R$ 0,68 por ação.
O que a família Dubrule afirmou.
Em nota divulgada no final do mês anterior, a família Dubrule rejeitou veementemente as acusações, contestou a ocorrência de ilegalidades no processo e imputou aos administradores da Mobly a tentativa de “evadir-se” de suas “obrigações”.
A família Dubrule lamenta a campanha infundada, desesperada e sem quaisquer limites éticos promovida pela administração da Tokyâ, afirma o texto.
Os fundadores da Tok&Stok afirmam que os administradores buscam, mais uma vez, evitar suas obrigações fiduciárias junto à companhia, submetendo ao conjunto dos acionistas uma proposta em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis, que não oferece liquidez aos acionistas, sem perspectivas de venda de suas participações e sem motivos para esperança no futuro da empresa.
Fonte: Metrópoles