O Papa Francisco transmitiu uma mensagem sobre o amor direcionada a jovens casais

O papa Francisco, em texto inédito para o prefácio de um livro, comparou o amor ao tango, dança tradicional da Argentina.

01/05/2025 17h02

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O papa Francisco, antes de falecer, direcionou uma mensagem aos jovens casais, aconselhando-os a nunca perderem a crença na alegria do amor. O conselho do ex-papa da Igreja Católica está presente no prefácio de um livro ainda não publicado.

Segundo informações divulgadas pelo Vaticano, o Papa Francisco associa o amor no início dos relacionamentos a um tango, dança originária da Argentina. Uma “maravilhosa dança livre entre homem e mulher”, como ele descreveu. Um ato que envolve “cortejo, proximidade e distância, sensualidade, atenção, disciplina e dignidade”.

Apesar da intenção, o papa Francisco considerava que muitos casais contemporâneos terminavam por falhar após longos anos. “Não seria mais adequado, então, evitar a dor, contentar-se com um relacionamento passageiro, desfrutar um do outro, brincar juntos e depois se separar?”, questionou o ex-papa.

Francisco solicitou que os jovens não acreditassem na narrativa do passageiro, considerando que cada ser humano tem o “desejo de ser acolhido sem reservas”. O papa acrescentou: “Acreditem no amor, acreditem em Deus, e acreditem que podem enfrentar a aventura de um amor para a vida inteira”.

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A obra será lançada pela Fundação Youcat, parte do livro “Amor para sempre”. A editora, focada em jovens católicos, oferece publicações em mais de 70 idiomas. A edição em alemão já está disponível para pré-venda.

Confira a íntegra da mensagem do papa:

Prezados amigos,

Na minha Argentina, existe uma dança que adoro, a qual pratiquei bastante na minha juventude: o tango.

O tango é um jogo encantador e erótico entre homem e mulher, que envolve cortesia, proximidade, distância, sensualidade, atenção, disciplina e dignidade.

Celebrem o amor e compreendam o que implica entregar-se por completo a alguém. Talvez, devido à lembrança da dança, eu tenha feito meu grande apelo apostólico sobre o matrimônio, conforme expresso em Amoris Laetitia – a alegria do amor.

Sempre me emociona observar jovens que se amam e possuem a ousadia de construir algo significativo com esse sentimento: “Quero te amar até que a morte nos separe”. Que promessa notável!

É evidente que eu não sou cego e você também não. Quantas vezes os casamentos falham após três, cinco ou sete anos? Talvez seus pais também tenham iniciado o casamento com essa mesma determinação, mas não conseguiram que o amor chegasse à plenitude.

Seria, preferível evitar a dor, interagindo com o outro apenas como em uma dança passageira, aproveitando a experiência, brincando juntos e depois se separando?

Não acredite nisso! Acredite no amor, acredite em Deus e acredite que você é capaz de se lançar na aventura de um amor que dure a vida toda.

O amor deve ser eterno; “até o fim” não é amor. Nós, humanos, desejamos ser aceitos completamente, e quem não vivencia isso frequentemente carrega uma mácula por toda a vida. Em contrapartida, quem se une em um relacionamento não perde nada – ganha tudo: ganha a vida em sua totalidade.

A Escritura é inequívoca: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne”. Uma só carne! Jesus aprofunda isso em sua plenitude: “De modo que já não são dois, mas uma só carne”. Uma só carne.

Para fortalecer os laços matrimoniais, baseados no amor de Deus, suplico a toda a Igreja que se dedique mais a vocês. Não podemos manter o mesmo padrão, onde muitos apenas participam de rituais e, posteriormente, se divorciam.

A paixão é desfeita. Feridas se manifestam. Com frequência, há crianças que ficam órfãs de pai ou de mãe. Para mim, isso é como executar mal o tango. O tango é uma dança que se aprende. Isso é ainda mais evidente quando se trata de casamento e família.

É necessária uma preparação adequada antes de receber o sacramento do matrimônio. Um catecumenato, eu me atreveria a dizer, porque toda a vida transcorre no amor – e o amor não é algo que se deva tomar de forma leviana. Talvez a palavra catecumenato não signifique nada para você. Na Igreja primitiva, quem quisesse tornar-se cristão precisava passar por aquilo que se chamava um catecumenato, um caminho de aprendizado e confirmação pessoal que frequentemente durava vários anos.

Sonhava com uma formação parecida para o sacramento do matrimônio: isso poderia evitar a decepção, casamentos inválidos ou instáveis.

Fiquei muito satisfeito ao perceber que o YOUCAT acolheu minha sugestão! Desde que soube do projeto, há anos, e constatei que jovens católicos de 30 países estavam envolvidos, solicitei à equipe a leitura de Amoris Laetitia e sua tradução para uma linguagem mais acessível aos jovens.

Agora percebo que eles alcançaram o sucesso! Este livro é um acompanhamento ideal para a jornada rumo ao sacramento do matrimônio. Discute a felicidade do amor de forma envolvente e positiva, sem negligenciar os desafios no percurso de uma vida conjugal bem-sucedida.

Entregue este livro como leitura fundamental para qualquer preparação de casamento que se possa denominar de catecumenato matrimonial. Participe, sem hesitação, dos cursos de preparação para o casamento! Quanto mais rigorosos forem, melhor.

Leiam este livro em conjunto, como um casal ou com outros casais amigos. Na obra Amoris Laetitia, afirma-se que “no amor jovem, a dança, passo a passo – uma dança em direção à esperança, com olhos cheios de admiração – não deve cessar.

De coração.

Fonte: Metrópoles

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