Novo ministro participou de reunião que levantou alertas sobre esquema no INSS

Wolney Queiroz atuou como secretário-executivo da Previdência e fazia parte do conselho que levantou preocupações sobre os descontos incorretos no INSS.

03/05/2025 9h55

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(Imagem de reprodução da internet).

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, participou de reunião em que o então chefe da pasta, Carlos Lupi, recebeu informações sobre suspeitas de irregularidades nos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades com desconto em mensalidade no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A fraude nos descontos foi exposta pelo Metrópoles, levando à operação Sem Desconto da Polícia Federal (PF), iniciada em 23 de abril, e à queda dos cargos de Alessandro Stefanutto, presidente do INSS, e de Lupi, substituído em 2 de maio por Wolney Queiroz.

Em 12 de junho de 2023, durante a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), Tonia Galleti, do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), solicitou a inclusão do tema na pauta, porém a solicitação não foi atendida.

Reiterou a sua solicitação, considerando as inúmeras denúncias apresentadas, e solicitou que fossem apresentadas a quantidade de entidades que possuem ACTs com o INSS, a curva de crescimento dos associados nos últimos 12 meses e uma proposta de regulamentação que trouxesse maior segurança aos trabalhadores, ao INSS e aos órgãos de controle.

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O então ministro Carlos Lupi, que presidía o conselho, registrou que a solicitação era relevante, contudo, não haveria condições de realizá-la de imediato, visto que seria necessário realizar um levantamento mais preciso.

Solicitou que o assunto fosse tratado como primeiro item da próxima reunião e informou que, para proteger o sistema, estava sendo implementada a utilização de token.

Posteriormente, Wolney solicitou a palavra para relembrar que, na reunião anterior, após a ausência do presidente, surgiram questionamentos sobre a Dataprev e foi decidido convidar o presidente da empresa, Rodrigo Assunção, para esclarecimentos.

Wolney explicou que o presidente o aconselhou a conversar pessoalmente com Rodrigo Assunção, sendo que o ideal seria um convite para a próxima reunião.

No entanto, na reunião subsequente, com a ausência da conselheira Tonia Galleti, o tema não foi discutido. Nas reuniões seguintes, o assunto permaneceu fora da pauta.

Desvio de conduta no Instituto Nacional do Seguro Social.

O escândalo do INSS foi exposto pelo Metrópoles em uma série de reportagens iniciadas em dezembro de 2023. Três meses depois, o portal noticiou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidades de aposentados aumentou significativamente, atingindo R$ 2 bilhões em um ano, ao mesmo tempo em que as associações enfrentavam milhares de processos por fraudes nas filiações de segurados.

Diversos processos foram examinados, nos quais organizações foram consideradas culpadas por enganar aposentados que desconheciam suas atividades e, em seguida, passaram a ter deduções mensais variando de R$ 45 a R$ 77 em seus pagamentos, antes mesmo do INSS realizar o depósito em suas contas.

As reportagens identificaram os empresários envolvidos nas entidades acusadas de fraudar filiações de aposentados para obter milhões de reais com descontos de mensalidade. Após a publicação das matérias, em julho de 2024, o diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado do cargo.

Em abril de 2025, reportagens do Metrópoles noticiaram o inquérito instaurado pela Polícia Federal e forneceram informações para as investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). A Polícia Federal listou 38 matérias do portal em uma representação que originou a Operação Sem Desconto, iniciada em 23/4 e que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência.

Fonte: Metrópoles

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