Descubra quem tramava ataque com bomba no show da Lady Gaga e os motivos
Os membros do grupo-elefante se organizavam em plataformas online para disseminar uma campanha de ódio disfarçada de “desafio coletivo”.

Um plano para realizar um ataque com bomba durante o show da cantora Lady Gaga, que aconteceu no sábado (3/5) no Rio de Janeiro, foi elaborado por um grupo extremista que operava em redes digitais e disseminava discursos de ódio, principalmente contra a população LGBTQIA+ e menores de idade. A ação, considerada um possível atentado com motivação ideológica, foi impedida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro em parceria com o Ministério da Justiça, por meio da Operação Fake Monster.
Investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, 19ª DP (Tijuca) e Ciberlab revelaram que os integrantes do grupo se organizavam por meio de fóruns e redes sociais, promovendo uma campanha de ódio disfarçada de “desafio coletivo”. O objetivo era alcançar notoriedade online ao atacar um evento com grande visibilidade pública, frequentado por grupos que os criminosos consideravam “alvos ideológicos”.
O grupo fomentava a radicalização de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, empregando discurso violento, xenofobia, homofobia, pedofilia, incentivo à automutilação e crimes contra a infância como instrumentos de adesão e pertencimento. A linguagem e os símbolos utilizados nos fóruns visavam reforçar a noção de que a violência era uma forma de “resistência” e autoafirmação.
O concerto da Lady Gaga, artista conhecida por seu apoio à causa LGBTQIA+ e popular entre jovens e minorias, foi selecionado para ser alvo devido à sua representação de tudo o que o grupo combatia. O plano previa o emprego de explosivos improvisados e garrafas molotov, visando gerar pânico e fatalidades.
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Um dos líderes do grupo, já sendo monitorado, foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul por posse ilegal de arma de fogo.
Um adolescente foi detido no Rio de Janeiro por posse de pornografia infantil. Em Macaé, outra pessoa foi alvo de mandado de busca após ameaçar, online, assassinar uma criança em direto.
A operação realizou 15 mandados de busca e apreensão em nove cidades de quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Foram apreendidos dispositivos eletrônicos e materiais relacionados ao esquema e serão analisados.
A operação foi conduzida em sigilo até seu efetivo desenvolvimento, a fim de prevenir qualquer crise. Não houve repercussão para o público do evento, que contou com reforços de segurança.
A operação “Fake Monster” refere-se à comunidade de fãs de Lady Gaga, os “Little Monsters”, e ao emprego de perfis falsos e identidade virtual para propagar ódio.
Fonte: Metrópoles