Dieta e sono: 7 hábitos comuns que podem prejudicar os rins

Não se trata apenas de não consumir água em quantidade adequada. Diversos hábitos cotidianos podem estar comprometendo a saúde dos rins.

05/05/2025 8h50

6 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

O artigo foi escrito pela professora de farmácia Dipa Kamdar, da Kingston University London, do Reino Unido, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.

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No Reino Unido, estima-se que mais de 10% da população apresentem alguma fase de doença renal crônica e que mais de 600 mil pessoas desenvolvam lesão renal aguda – situação em que os rins deixam de funcionar corretamente, porém podem se recuperar.

Os rins desempenham um papel fundamental na manutenção da saúde geral, filtrando resíduos, excesso de fluidos e eletrólitos, como sódio e potássio, do sangue. Eles também auxiliam na regulação da pressão arterial, na produção de glóbulos vermelhos e no equilíbrio de cálcio no organismo.

Quando os rins são danificados, sua função de filtrar resíduos e manter o equilíbrio é prejudicada, resultando no acúmulo de toxinas, retenção de líquidos e desequilíbrio de eletrólitos. Isso pode causar uma série de problemas de saúde, incluindo hipertensão e doenças cardíacas, além de enfraquecimento ósseo. Com o tempo, a lesão renal pode progredir para doença renal crônica e insuficiência renal.

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A doença renal pode afetar diversas partes do corpo, mas existem mudanças simples no estilo de vida que você pode adotar para prevenir danos aos rins.

Sete hábitos que podem ser prejudiciais aos rins a serem evitados:

Uso de analgésicos

Analgésicos anti-inflamatórios disponíveis sem receita médica, como ibuprofeno e aspirina, podem prejudicar os túbulos renais – pequenos tubos nos rins que retornam nutrientes e fluidos filtrados do sangue. O líquido e os resíduos restantes nos túbulos renais se convertem em urina, o que provoca inflamação e diminui o fluxo sanguíneo nos rins. É mais provável que isso aconteça em indivíduos idosos ou com outras condições de saúde.

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Pacientes com doença renal crônica devem evitar esses analgésicos, a menos que receitados por um médico que possa acompanhar a função renal. Para diminuir o risco de efeitos adversos, utilize os analgésicos pelo período mínimo necessário e na dose indicada na embalagem.

Beba água suficiente.

A água é essencial para que os rins eliminem as toxinas. Indivíduos que não consomem água suficiente podem apresentar risco de danos renais, principalmente em ambientes quentes. A urina concentrada da desidratação possui níveis mais elevados de minerais e resíduos, o que eleva o risco de cálculos renais e infecções urinárias, podendo prejudicar os rins.

Indivíduos com condições de saúde, como doença hepática ou insuficiência cardíaca, podem necessitar de restrição de líquidos. Para a população em geral, recomenda-se o consumo de 1,5 a 2 litros de água (aproximadamente seis a oito copos) diariamente.

Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Os rins controlam o equilíbrio hídrico do organismo. O consumo excessivo de álcool pode levar à desidratação, afetando o funcionamento renal. O consumo elevado de bebidas alcoólicas também pode elevar a pressão arterial, o que compromete a saúde dos rins.

O Serviço Nacional de Saúde (NHS) britânico recomenda que homens e mulheres não consumam mais de 14 unidades de álcool por semana, idealmente distribuídas ao longo da semana com alguns dias sem álcool. Isso corresponde a uma taça padrão de vinho (duas unidades) ou um litro de cerveja de baixo teor alcoólico (duas unidades) por dia.

O tabagismo é o hábito de fumar cigarros ou outros produtos contendo tabaco.

O tabagismo pode danificar os rins através de diversos mecanismos. A fumaça do cigarro contém substâncias químicas tóxicas, como o cádmio, que podem prejudicar os rins. O tabagismo promove o estresse oxidativo e pode estreitar os vasos sanguíneos, danificando o revestimento vascular e causando lesões renais.

O tabagismo eleva o risco de outras enfermidades que podem prejudicar os rins, como diabetes e hipertensão. Não há um limite seguro para o consumo de cigarros, sendo preferível interromper o hábito com a orientação de um profissional de saúde.

Possuir excesso de peso.

Um índice de massa corporal saudável varia entre 18,5 e 24,9. Qualquer valor acima desse intervalo é considerado sobrepeso ou obesidade. No entanto, essa não é a única medida de excesso de peso e pode ser imprecisa. A circunferência da cintura é um bom indicador da gordura ao redor do tronco (obesidade central), que comprovadamente aumenta o risco de doenças cardíacas e diabetes, duas causas comuns de doença renal. A obesidade pode afetar os rins diretamente, interferindo nas substâncias químicas do tecido adiposo.

Uma alimentação mais saudável, combinada com exercícios, pode auxiliar na perda de peso, contribuindo para a manutenção da saúde dos rins. Estudos apontam que a prática de atividade física diminui o risco de doença renal – recomenda-se realizar 30 minutos de exercícios aeróbicos cinco dias por semana, aumentando gradualmente o ritmo.

Optar por alimentos menos saudáveis.

Alimentos ultraprocessados são produtos fabricados que incluem ingredientes como gorduras, açúcares, sais e aditivos, incluindo corantes, aromatizantes e conservantes artificiais, visando melhorar o sabor e prolongar sua durabilidade.

Alimentos ultraprocessados, como salsichas, refrigerantes e pães embalados, estão associados a diversos problemas de saúde, incluindo obesidade, doenças cardíacas e diabetes tipo 2. Recentemente, também foram ligados a doenças renais. Um estudo americano monitorou 14.000 adultos por 24 anos. Indivíduos que consumiram grande quantidade de alimentos ultraprocessados apresentaram um risco 24% maior de desenvolver doença renal. Aproximadamente 5.000 deles sofreram de doença renal crônica.

Dietas elevadas em sal (sódio) também podem ser problemáticas, principalmente em indivíduos que já possuem doença renal. Os rins filtram o excesso de água do sangue, necessitando de um equilíbrio de sódio e potássio. Uma dieta rica em sal prejudica esse equilíbrio, diminuindo a função renal e causando aumento da pressão arterial, o que sobrecarrega os rins e pode levar à doença renal.

Consuma no máximo seis gramas ou uma colher de chá de sal por dia.

A privação do sono pode ter efeitos negativos na saúde.

Existe alguma evidência que relaciona a qualidade e a duração do sono à doença renal. Um estudo demonstrou que dormir pouco aumenta o risco de doença renal crônica. A pesquisa difere um pouco, mas dormir menos de seis horas ou mais de dez horas por dia pode prejudicar os rins. O sono ideal tende a ser de sete a nove horas por noite para a maioria das pessoas.

Idade e histórico familiar não podem ser alterados, porém diversos hábitos podem ser modificados para auxiliar no controle da saúde renal.

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Fonte: Metrópoles

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