Até Murilo Huff foi vítima de um cantor sertanejo que plagiava músicas
A música, com a participação de Murilo Huff, foi gravada e lançada no Spotify como Almir Torres, compositor de Alex Ronaldo.

Ronaldo Torres Souza foi investigado por gravar músicas de compositores sertanejos, incluindo canções de Murilo Huff, como se fossem de Almir Torres, um personagem fictício que ele utilizava para fraudar direitos autorais e obter lucros em plataformas de streaming. O Ministério Público de Goiás o denunciou por violação de direitos autorais.
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A ousadia é tamanha, mas tamanha que restou até para músicas e a própria voz de Murilo Huff, cantor e compositor conhecido nacionalmente e que também possuía algumas músicas no YouTube com mais de 100 milhões de visualizações.
A investigação revelou no mínimo 27 casos de composições de outros artistas, mas Ronaldo alegou a autoria para publicar as músicas e obter lucro com sua reprodução.
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Os sobrenomes utilizados por Ronaldo, conforme identificados pelo Ministério Público de Goiás, são: Aldo Vanuti, Alexandre Volts, Alla Rick, Amadeu Lins, Andre Allk, Antony Faisã, Augusto Travis, Barto Lima, Breno Cardoso, Caike Lobato, Carlos Brenan, Carlos Makito, Carlos Max, Cesar Baroni, Diego Damian, Dinho Chaves, Elias Solto, Elizel Torres, Fabio Biu, Fabio Brits, Fabio Kaue, Fabricio Garan, Fagner Fael, Gean Gal, Gean Loyola, Geraldo Gel, Henrique Feitosa, Hugo Hulk, Junior Kobal, entre outros.
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Compreenda o plano para apropriação indevida de músicas.
A investigação aponta que em 10 de dezembro, Ronaldo publicou as músicas “Modo Avião” e “Zero Real”, dos autores Ricardo, Ronael, Junior Pepato, Elcio de Carvalho, Rafael Augusto e Murilo Huff. “Ronaldo violou, mediante oferecimento ao público de fonograma, indevidamente apropriado, por meio de distribuição em plataformas de streaming”, completa a denúncia.
Um compositor se tornou vítima após identificar, por meio de uma playlist aleatória do Spotify, que sua música havia sido copiada. A canção, originalmente gravada pelo cantor Murilo Huff, não gerou constrangimento para Ronaldo, que afirmou que a voz do artista era a de Almir Torres. A música em questão era “Eu te subestimei”, com gravação liderada por Huff, porém lançada na voz de Zé Felipe, filho de Leonardo. Após a gravação de Zé Felipe, a própria gravadora do cantor se mobilizou para remover outras versões não oficiais, eliminando a versão falsa.
Ronaldo Torres: quem é e o que ele diz
Alex Ronaldo alcançou destaque em 2016 com a canção Sexta-feira, sua linda, que foi compartilhada pelo jogador Neymar. Anteriormente, ele integrava a dupla Alex e Ronaldo, mas, após a separação do grupo, o cantor utilizou o nome Alex Ronaldo. Ele compartilha nas redes sociais imagens de apresentações musicais e fotos com veículos de luxo.
Em janeiro deste ano, Ronaldo foi denunciado pela Justiça de Goiás e tem colaborado nas investigações, conforme informado pelo MP. Em nota, o empresário de Ronaldo, Sílvio França, confirmou que o seu cliente está colaborando com as investigações. Ele ressaltou que Ronaldo não está bem e tem feito terapia porque, segundo ele, “a cadeia não cura ninguém”.
O empresário destaca que “botar um bandido na cadeia, que está acostumado com cadeia, outra coisa é botar uma pessoa que não tem um passado nada sujo, tipo um passado limpo na cadeia”.
Ele está colaborando com a Justiça. vamos permitir que a Justiça resolva o que precisa ser resolvido, mas ele tem que retomar o trabalho, tem que retomar o trabalho e viver. Sávio reforçou que a operação atrapalha a carreira do cantor e disse, ainda, que o “Brasil tem tantas outras coisas mais importantes que estão acontecendo”.
A Metrópoles também questionou o Spotify sobre as medidas para identificar e combater fazendas de streaming, sem obter resposta até a publicação desta reportagem.
Fonte: Metrópoles