Políticos implementam medidas fiscais e parafiscais que complicam o trabalho do Banco Central, afirmam especialistas
Especialistas apontam que medidas podem impulsionar a economia, porém não são duradouras.

As políticas fiscais e parafiscais expansionistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vão dificultar o desempenho do Banco Central (BC) nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), conforme avaliam o economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, e o economista-chefe da Reag Investimentos, Marcelo Fonseca.
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Economistas afirmaram, em entrevista ao WW na quarta-feira (7), que ações como o incremento de investimentos de empresas estatais e a maior concessão de crédito por bancos públicos impulsionam a economia, porém, não representam soluções duradouras.
Fonseca considera que essa ação pode ser uma estratégia do governo para recuperar apoio popular. “A partir de agora, toda a política econômica será direcionada para gerar boas notícias. Se serão sustentáveis ou não, parece ser outra discussão.”
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A tomada de decisão do Copom, que elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, aponta incertezas no cenário fiscal como uma das dificuldades enfrentadas pela economia e um dos motivos para o aumento de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros.
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Padovani aponta que incentivos como a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil explicam a dificuldade da economia brasileira para desacelerar, mesmo com uma das maiores taxas de juros nos últimos 20 anos.
O Brasil alcançou a terceira posição global em juros reais, com 8,65%, ficando atrás apenas da Turquia (10,47%) e da Rússia (9,17%).
Os juros reais são o resultado da taxa de juros descontada da inflação, e, mais do que a taxa nominal, é o indicador que efetivamente impacta a economia.
Fonte: CNN Brasil