Juros altos: fiscalização, inércia e serviços explicam a situação em 20 anos

O Copom elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano.

08/05/2025 5h19

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(Imagem de reprodução da internet).

A taxa Selic em 14,75% se justifica pelo cenário macroeconômico, em especial pela política fiscal, pela inércia da inflação e pela pressão dos serviços, segundo analistas da CNN.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros em 0,5%, elevando-a para o maior nível desde 2006.

Diante da pressão inflacionária acima da meta, é evidente que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizaria um ajuste expressivo na taxa Selic.

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“O que temos atualmente é justamente esse cenário que faz com que haja necessidade das taxas de juros estarem em um patamar restritivo”, afirma o economista do Instituto Brasileiro de Economia (FGV-Ibre) Matheus Dias.

Dias afirma que o cenário internacional tem pouco impacto comercial, porém causa um impacto financeiro. A maior volatilidade internacional afeta diretamente o consumo interno.

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A questão dos impactos da inflação se mostra bastante difícil de se estimar, o que gera incerteza e, dificuldades nas decisões de política monetária. O Banco Central age com mais cautela em meio a esse momento de incerteza e volatilidade.

Segundo o economista e sócio da G5 Partners Luis Otávio Leal, cada período histórico apresenta seus desafios. Ele argumenta que a estrutura da economia brasileira é um fator que contribui para a manutenção de juros altos em nível mundial.

Um dos grandes problemas que contribuem para essa inércia é a inflação de serviços.

Entre 2003 e 2004, a inflação atingiu valores próximos de 16%, o que resultou em taxas de juros de 19,75% em 2005.

Em 2006, conforme Leal, o Brasil apresentava um processo de desaceleração da inflação e, uma redução das taxas de juros, com a inflação de serviços em 6,04%.

O que se observa tanto em 2006 quanto atualmente em 2025 é um processo robusto de inflação de serviços. É bastante difícil reduzir essa inflação de serviços com o aumento do salário mínimo no ano passado, próximo dos 8%.

As semelhanças entre esses períodos se encontram em um momento com uma política de valorização do salário mínimo como a que temos atualmente e em 2006, o que gera uma grande inércia inflacionária.

A questão fiscal também foi mencionada como um fator determinante na decisão. A Banco Central enfatizou que a política fiscal influencia as expectativas do mercado.

O Comitê acompanha atentamente como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.

O investimento público auxilia na influência das decisões do conselho, segundo Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).

Com a redução gradual da atividade econômica interna e o aumento das incertezas externas, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, observou-se aceleração da inflação corrente, que permanece acima da meta anual, em um cenário de expansão fiscal e expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária restritiva.

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Fonte: CNN Brasil

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