Vacina contra herpes-zóster diminui em 23% o risco de problemas cardiovasculares, aponta estudo

A condição pode provocar lesões nos vasos sanguíneos, inflamação e a criação de trombos, que representam riscos para problemas cardiovasculares.

08/05/2025 11h39

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(Imagem de reprodução da internet).

A vacina contra herpes-zóster diminui em 23% o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares, como acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e doença cardíaca coronária. A informação é resultado de um estudo envolvendo mais de um milhão de pessoas, divulgado no European Heart Journal na terça-feira (6).

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O estudo aponta que o efeito protetor da vacina persiste por até oito anos, sendo mais pronunciado em homens, indivíduos com menos de 60 anos e aqueles com hábitos de vida pouco saudáveis, como tabagismo, consumo de álcool e sedentarismo.

O herpes-zóster é uma doença causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que provoca a catapora. Apresenta-se através de erupções cutâneas com duração de duas a quatro semanas.

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O herpes-zóster provoca erupções cutâneas dolorosas e pode resultar em complicações sérias, principalmente em idosos e indivíduos com sistema imunológico comprometido. Estudos anteriores indicam que, sem vacinação, aproximadamente 30% das pessoas podem desenvolver herpes-zóster ao longo da vida, conforme afirma Dong Keon Yon, da Faculdade de Medicina da Universidade Kyung Hee, em Seul, na Coreia do Sul.

Além do aparecimento de erupções cutâneas, o herpes zoster foi associado a um risco elevado de problemas cardíacos, sendo desejável investigar se a vacinação poderia diminuir esse risco.

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O estudo envolveu 1.271.922 indivíduos com 50 anos ou mais que residem na Coreia do Sul. Os pesquisadores obtiveram dados a partir de 2012 sobre a vacinação contra o herpes-zóster, juntamente com informações sobre sua saúde cardiovascular e outros fatores que podem impactar a saúde, incluindo idade, sexo, renda e hábitos de vida.

A vacina avaliada era uma vacina viva contra o vírus zoster, o que implica a presença de uma forma enfraquecida do vírus varicela-zoster, responsável pelo herpes-zoster. Diversos países estão substituindo esse tipo de vacina por uma vacina recombinante não viva, que contém uma proteína do vírus varicela-zoster.

Os resultados do estudo indicam que indivíduos imunizados demonstraram uma redução de 23% no risco de ocorrência de eventos cardiovasculares, incluindo uma diminuição de 26% no risco de eventos cardiovasculares graves, como acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou óbito decorrente de doença cardíaca. Adicionalmente, observou-se uma redução de 26% no risco de insuficiência cardíaca e de 22% no risco de doença coronariana.

A proteção obtida após a administração da vacina contra herpes zoster foi mais significativa nos dois a três primeiros anos, embora os pesquisadores tenham observado sua duração até oito anos.

O estudo indica que a vacina contra o herpes zoster pode diminuir o risco de doenças cardíacas, inclusive em indivíduos sem fatores de risco identificados. Isso demonstra que a vacinação pode proporcionar vantagens à saúde que se estendem além da prevenção do herpes zoster, segundo Yon.

Qual é a possível relação?

A infecção por herpes-zoster pode provocar danos nos vasos sanguíneos, inflamação e formação de coágulos, que são fatores de risco para doenças cardíacas. A prevenção da doença permite reduzir os riscos de eventos cardiovasculares, segundo os pesquisadores.

Os autores também relatam que o estudo apontou vantagens mais relevantes em indivíduos mais jovens, o que pode estar associado a uma melhora da resposta imunológica, e em homens, provavelmente devido a variações na eficácia da vacina.

Devido à amostra restrita, composta por participantes asiáticos, os resultados podem não ser generalizáveis para outras populações étnicas. Adicionalmente, o estudo não demonstra relação causal direta, sendo apenas descritivo. são necessários mais investigações.

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Fonte: CNN Brasil

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