Quem era “TH da Maré”
Thiago da Silva Folly, conhecido como “TH”, comandava o Terceiro Comando Puro (TCP) na Maré e estava diretamente ligado a diversos crimes de morte.

A operação realizada na manhã desta terça-feira (13) por unidades especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro resultou na morte de Thiago da Silva Folly, também conhecido como “TH da Maré”, considerado o principal líder da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Maré, na zona norte da cidade.
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Desde 2016, TH era considerado um dos criminosos mais perigosos do estado, com forte ligação ao tráfico de drogas e a múltiplos homicídios, incluindo os cometidos contra militares das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança.
A ação foi realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e pela Subsecretaria de Inteligência da PM. Durante a invasão, criminosos armados reagiram à presença das equipes, dando início a um confronto intenso. O TH foi ferido e faleceu no local. Com ele, foi apreendida uma pistola.
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O traficante é acusado de ter cometido o assassinato do cabo do Exército Michel Augusto Mikami, de 21 anos, que foi morto com um tiro na cabeça em novembro de 2014, durante uma operação da Força de Pazificação na Maré. O jovem militar, que servia em Campinas (SP), estava no Rio como parte do esforço federal para combater a violência na região.
Outro caso relevante envolvendo o grupo TH foi o do soldado da Força Nacional de Segurança Helio Messias Andrade, de Roraima, falecido em agosto de 2016 após receber um tiro na cabeça em uma emboscada na comunidade da Vila do João. O membro da equipe estava presente no local devido a um erro ao tentar acessar a Linha Amarela. Andrade passou por uma cirurgia, porém não sobreviveu aos ferimentos. As investigações indicaram que a ordem para disparar contra veículos suspeitos foi emitida por TH.
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A ficha criminal de Thiago Folly também aponta outras mortes e tentativas de homicídio, como a ocorrência envolvendo policiais civis em 2017, quando traficantes sob seu comando dispararam contra agentes que desceram de um veículo blindado na Vila dos Pinheiros, na Maré. A polícia também o acusa de participação na morte de dois agentes do Bope, em julho do ano anterior.
Ele também foi responsabilizado por ataques a civis que, por engano, entraram em áreas dominadas pela facção, como nos casos que vitimaram a passageira Maria Lucila Barbosa de Araújo, baleada em 2016, e o engenheiro Gil Augusto Barbosa, morto no mesmo ano ao se equivocar no trajeto para o aeroporto.
A perda de TH representa um impacto considerável na liderança do TCP no Complexo da Maré — uma área que abrange 16 comunidades, das quais 11 estão sob o domínio da facção.
A região é caracterizada por conflitos contínuos entre facções rivais e grupos paramilitares, notadamente em áreas como a “Faixa de Gaza”, fronteira entre as comunidades Nova Holanda (controlada pelo Comando Vermelho) e Baixa do Sapateiro (dominada pelo TCP).
Na terça-feira, as vias expressas Linha Amarela, na altura da Avenida Brasil, e Linha Vermelha foram interditadas pelas autoridades policiais. Motoristas da região relataram situações de tensão desde a manhã.
A Polícia Militar prosseguirá com ações de repressão ao crime organizado no Maré, notadamente contra lideranças de alto escalão, incluindo TH, que por anos desafiou as forças de segurança e protagonizou atos de violência extrema.
Fonte: CNN Brasil