Próxima revolução digital não envolverá a inteligência artificial, mas sim quem souber gerenciar os dados, afirma CEO

Para Alon Lubieniecki, o impacto da inteligência artificial é inegável, porém o poder real reside em quem controla o fluxo de dados.

13/05/2025 8h03

2 min de leitura

Imagem PreCarregada
(Imagem de reprodução da internet).

A evolução da inteligência artificial impulsiona o cenário, porém os dados detêm o papel central.

A inteligência artificial já está incorporada à vida diária e aos negócios.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em 2024, os investimentos no setor de inteligência artificial aumentaram significativamente: a consultoria Dealroom apurou que as startups de IA receberam US$ 110 bilhões em aportes, representando um crescimento de 62% em comparação com o ano anterior.

A movimentação abrange desde a infraestrutura e o hardware até aplicações avançadas, com destaque para empresas como Anthropic, Waymo, Anduril, xAI, Databricks e Vantage.

Leia também:

Apesar do foco em modelos generativos e automação, necessita-se de uma discussão mais aprofundada sobre o controle dos dados.

A próxima revolução não será sobre a inteligência artificial em si, mas sobre quem será capaz de gerenciar os dados que alimentam esses sistemas, afirma Alon Lubieniecki, CEO da Luby e cofundador da Eyna.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os dados são o principal impulsionador da inteligência artificial.

Os dados são essenciais para a inteligência artificial, constituindo a base do funcionamento de algoritmos que aprendem, se adaptam e produzem valor.

De acordo com Lubieniecki, essa capacidade já é evidente nas grandes empresas de tecnologia.

Google, Facebook e Amazon ajustaram seus modelos de negócios em torno da coleta e do processamento de grandes volumes de dados, o que lhes confere vantagem competitiva e habilidade de prever, influenciar e moldar o comportamento de bilhões de pessoas.

Nesse cenário, a informação não é meramente um ativo digital, mas sim um instrumento de poder.

Para ele, isso representa a dimensão que define a nova fase da transformação digital.

Aquele que possuir acesso, controle e inteligência para utilizar esses dados será capaz de liderar mercados, influenciar decisões políticas e transformar estruturas sociais completas.

O controle da informação é o novo eixo de influência global.

A discussão sobre o progresso da inteligência artificial frequentemente se concentra na automação e na eficiência operacional.

Contudo, Lubieniecki propõe que o foco seja expandido: é necessário examinar cuidadosamente os agentes que concentram o poder informacional.

As máquinas aprendem com os dados, que são provenientes dos hábitos, cliques e escolhas das pessoas. Controlar isso é mais do que uma questão técnica: é uma ferramenta de poder sobre a sociedade.

Isso ressalta que a velocidade do crescimento dos modelos fundacionais – incluindo os grandes modelos de linguagem – aumenta a importância desse debate.

Enquanto a atenção se concentra na habilidade de produzir respostas, a estrutura de coleta e utilização dos dados frequentemente passa despercebida.

O desafio ético e estratégico do futuro digital

Para Lubieniecki, os próximos anos serão caracterizados por conflitos relacionados ao domínio dos dados.

É preciso ir além do conhecimento em tecnologia. Será necessário compreender questões de governança de dados, responsabilidade e transparência. Isso determinará quem liderará a era digital, afirma.

Ele considera que a discussão sobre inteligência artificial deve incluir, de forma obrigatória, a gestão dos dados.

Não estamos falando apenas de algoritmos que otimizam processos. Estamos falando de sistemas que influenciam o comportamento, as decisões de consumo, os votos e as crenças. Isso é central demais para não ser regulado e debatido amplamente.

Fonte: Carta Capital

Ative nossas Notificações

Ative nossas Notificações

Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!

Utilizamos cookies como explicado em nossa Política de Privacidade, ao continuar em nosso site você aceita tais condições.