Ataques aéreos de Israel ceifaram a vida de pelo menos 100 pessoas em Gaza, durante as negociações

Tropas israelenses continuam a devastar áreas, mesmo durante negociações de um cessar-fogo.

18/05/2025 9h24

4 min de leitura

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(Imagem de reprodução da internet).

Bombardeios aéreos de Israel ceifaram a vida de pelo menos 100 palestinos em Gaza durante a noite, segundo informações de fontes médicas locais, em um momento em que mediadores conduziam uma nova ronda de negociações de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

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O Exército israelense não emitiu declarações imediatas, que intensificou seus ataques ao enclave e causou a morte de centenas de pessoas desde quinta-feira (15), em preparação para uma nova ofensiva terrestre com o objetivo de obter o “controle operacional” em áreas de Gaza.

“Temos pelo menos 100 mortos desde a noite anterior. Famílias inteiras foram removidas dos registros civis pelo ataque israelense”, declarou Khalil Al-Deqran, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, à Reuters por telefone.

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Israel restringiu a entrada de medicamentos, alimentos e combustíveis em Gaza a partir de março, buscando pressionar o Hamas a liberar reféns israelenses e aprovou planos que podem incluir a ocupação total da Faixa de Gaza e o controle da assistência humanitária.

O Hamas declara que somente liberará os reféns em troca de um cessar-fogo por Israel.

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Mediadores do Egito e Catar, com apoio dos Estados Unidos, conduziram no sábado (17) uma nova ronda de negociações indiretas de cessar-fogo entre as partes, porém fontes próximas às negociações informaram à Reuters que não houve avanços.

A Sky News Arabica e a BBC informaram na noite de hoje que o Hamas ofereceu a libertação de aproximadamente metade de seus reféns israelenses em troca de um cessar-fogo de dois meses e da liberação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Um porta-voz do Hamas, ouvido pela Reuters, declarou: “A posição de Israel permanece inalterada: eles querem a libertação de seus prisioneiros, sem o compromisso de cessar a guerra.”

O líder do Hamas, Mohammed Sinwar, pode ter sido morto, segundo relatos da mídia israelense e árabe.

O Hamas não confirmou nem desmentiu as informações. O Ministério da Defesa de Israel não se manifestou inicialmente.

Em Israel, Einav Zangauker, mãe do refém do Hamas, Matan Zangauker, afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se mostrava irredutível em interromper a guerra em troca da libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, em razão de seus interesses políticos.

O governo israelense persiste em acordos incompletos. Eles estão nos causando sofrimento intencionalmente. Retornem nossos filhos imediatamente! Todas as 58.

Barracas em chamas

Um ataque noturno de Israel atingiu um acampamento de tendas com famílias desabrigadas em Khan Younis, no sul de Gaza, resultando em mortes de mulheres e crianças, ferimentos em dezenas de pessoas e o incêndio de várias tendas.

O Hamas classificou o ataque como um “novo ato brutal” e atribuiu a responsabilidade à administração americana pelo aumento da tensão.

Entre as dezenas de mortos no início do domingo estavam cinco jornalistas, juntamente com algumas de suas famílias.

O ataque aéreo israelense em sua barraca, no centro de Gaza, resultou na morte de Zakaria Al-Sinwar, irmão do líder do Hamas, e três de seus filhos, segundo informaram médicos. Ele atuava como professor de história em uma universidade da cidade.

Os dois homens são irmãos do ex-líder do Hamas, Yehya Al-Sinwar, falecido por Israel em outubro passado.

O sistema de saúde de Gaza encontra-se essencialmente inativo em razão dos reiterados bombardeios e ataques israelenses a estabelecimentos de saúde. O bloqueio ao envio de assistência humanitária intensificou as dificuldades e exacerbou a fome generalizada, fato que Israel atribui ao Hamas.

Deqran afirmou que os hospitais estão sobrecarregados com um número crescente de vítimas, muitas delas crianças.

Posteriormente, no domingo, o Ministério da Saúde de Gaza comunicou que o Hospital Indonesio, uma das maiores unidades médicas em operação, com funcionamento parcial no norte de Gaza, cessou suas atividades em razão de disparos israelenses nas proximidades e arredores.

O exército israelense não emitiu declarações imediatamente.

Profissionais do Hospital Shifa solicitaram à população que doe sangue em razão do elevado número de vítimas. Colaboradores do hospital relataram ter recebido 40 corpos e dezenas de feridos durante a noite em decorrência dos constantes ataques israelenses.

O Serviço de Emergência Civil Palestino comunicou que 75% de suas ambulâncias interromperam suas operações em razão da falta de combustível, em decorrência da proibição israelense de importações. Adverte que, caso o combustível não seja disponibilizado em até 72 horas, todos os veículos poderão parar.

A meta proclamada de Israel em Gaza é a destruição das capacidades militares e administrativas do Hamas, grupo que perpetrou ataques a comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, resultando em aproximadamente 1.200 mortes e o sequestro de cerca de 250 reféns.

A operação militar israelense destruiu o assentamento, forçando a saída de quase todos os residentes de suas residências e resultando na morte de mais de 53 mil indivíduos, conforme dados das autoridades de saúde de Gaza.

Fonte: CNN Brasil

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