A 6ª lista de permissões para sair de Gaza foi liberada pelas autoridades, mas ainda não inclui brasileiros
08/11/2023 às 13h12
O grupo de brasileiros e familiares à espera da repatriação pelo Brasil segue na expectativa de deixar a Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira (8/11), venceu o prazo dado pelo chanceler de Israel, Eli Cohen, para incluir o grupo na lista de pessoas autorizadas a cruzarem a fronteira entre o território palestino e o Egito. A sexta lista saiu, mas ainda sem nomes de brasileiros.
A nova relação tem um total de 601 pessoas. Inclui ucranianos (228), filipinos (107), norte-americanos (100), alemães (75), romenos (51) e canadenses (40).
No total, há 34 brasileiros e familiares na lista de espera do Itamaraty para serem trazidos ao Brasil. O grupo está dividido em duas localidades: 18 na cidade fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito; e 16 em Khan Yunis, a 10 km da passagem.
A passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, está permitindo a entrada de estrangeiros e palestinos feridos desde o dia 1º de novembro. Porém, somente é permitido atravessar a fronteira aqueles que estão na lista preparada pelas autoridades do Egito e de Israel, que é atualizada diariamente.
O conflito entre Israel e a Palestina já dura um mês e causou a morte de mais de 11 mil pessoas.
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Um grupo de ambulâncias foi atingido por um ataque israelense perto de um hospital em Gaza. A gravidade da situação é evidente na foto.
Israel está bombardeando intensamente a Faixa de Gaza em resposta ao ataque do Hamas, que ocorreu em 7 de outubro. A Faixa de Gaza é um território palestino que está cercado.
Palestinos vão para o sul de Gaza enquanto Israel continua atacando.
Fumaça está subindo depois que Israel bombardeou o bairro de Tel el-Hawa durante o 24º dia de conflito em Gaza.
Até agora, as autoridades divulgaram seis listas com muitos nomes. No entanto, nenhuma dessas listas incluía os 34 brasileiros e suas famílias que ainda estão esperando permissão para sair da região.
Os critérios não estão claros sobre a seleção dos estrangeiros, o que tem rendido acusações de que a lista estaria beneficiando aliados políticos. Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, conversou com sete chanceleres sobre os brasileiros em Gaza.
Até ontem à noite (7/11), o Ministério das Relações Exteriores ainda não tinha decidido se o grupo seria incluído na próxima lista de estrangeiros que podem atravessar a fronteira de Rafah. O Ministério disse ao Metrópoles que não é possível ter uma confirmação da partida antes da divulgação da lista oficial.
Ainda que sem definição, o plano segue formado: veículos estão mobilizados perto de Rafah, à espera do sinal verde do Egito para buscar os brasileiros por terra e, depois, encaminhá-los ao aeroporto do Cairo, no Egito, onde serão repatriados pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Conflito longe do fim
No dia 7 de janeiro, a guerra entre Israel e o Hamas completou um mês. Em 7 de outubro, o conflito começou com um ataque surpresa do Hamas contra civis em Israel, o que levou a Israel a retaliar utilizando bombardeios e incursões terrestres na Faixa de Gaza.
Até agora, a guerra causou a morte de aproximadamente 11,7 mil pessoas, somando ambos os lados. Em Israel, foram registradas 1,4 mil mortes, enquanto no lado palestino ocorreram 10,3 mil mortes. Como resultado, a população de cerca de 2,2 milhões de habitantes na Faixa de Gaza está enfrentando uma grave crise humanitária.
O conflito continua e não mostra sinais de terminar. Hoje, o governo de Israel anunciou que invadiu a cidade de Gaza por terra e descobriu onde está Yahya Sinwar, um alto líder do Hamas. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse em um pronunciamento na televisão que não quer parar os confrontos e que as Forças de Defesa de Israel estão no centro da cidade de Gaza.
De acordo com o portal Times of Israel, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse no mesmo dia que não irá parar os ataques até que os reféns do Hamas sejam libertados. Ele também pediu para que as pessoas de Gaza se mudem para o sul e reafirmou que Israel continuará agindo.
Nossa inabilidade de assegurar a paz
Em evento para investidores, na manhã desta terça-feira (7/11), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou como “lamentável e moralmente inaceitável, que, uma vez mais, o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura de seu nobre mandato”.
O ministro das relações exteriores do Brasil também enfatizou que o país, durante seu mandato como presidente do colegiado em outubro, fez tudo o possível para resolver o impasse no Oriente Médio.
Em outubro, o Conselho de Segurança discutiu quatro propostas de resolução para diminuir o conflito entre Israel e o Hamas, mas nenhuma foi aprovada. O maior obstáculo para a aprovação de um texto é o poder de veto dos países membros permanentes do Conselho.
A versão brasileira foi aprovada com a maioria dos votos, mas os Estados Unidos vetaram. A delegação dos EUA discordou porque o texto não mencionou o direito de Israel à autodefesa.
Diante da falta de consenso do colegiado, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pedia trégua humanitária em Gaza. O texto, porém, tem caráter apenas recomendatório. O governo de Israel não acatou a medida e classificou o apelo como “desprezível”.