A acidez dos oceanos excedeu o nível de equilíbrio do planeta em 2020
Estudo aponta que o fenômeno provocado pelo excesso de CO2 impacta 43% dos recifes de coral e coloca em risco a alimentação mundial.

Pesquisadores do Laboratório Marinho de Plymouth, no Reino Unido, detectaram que a acidificação dos oceanos excedeu os limites para o equilíbrio planetário em 2020. A descoberta foi publicada na segunda-feira (9.jun.2025). O estudo analisou amostras coletadas nos últimos 150 anos utilizando técnicas de medição e novos modelos computacionais. A íntegra (PDF – 2 MB).
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À medida que os oceanos absorvem excessos de CO2 da atmosfera, o pH das águas é diminuído. Assim, reduz-se a concentração de carbonato de cálcio – substância alcalina, que atua como antiácido. Essa alteração química compromete a formação de esqueletos e o desenvolvimento de espécies marinhas dependentes do composto.
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A acidificação constitui o oitavo limite planetário já ultrapassado, segundo o conceito desenvolvido em 2009 por cientistas do Centro de Resiliência de Estocolmo para acompanhar 9 fenômenos decorrentes da ação humana. Os demais 6 limites já excedidos abrangem mudança climática, poluição por produtos químicos e alterações no uso da terra.
Os pesquisadores do laboratório identificaram que, no ano de 2020, o comprometimento já alcançava 60% do oceano com profundidade até 200 metros e 40% da superfície oceânica em escala global.
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O impacto ambiental.
A acidificação já impactou 43% dos ecossistemas de recifes tropicais e subtropicais, que suportam o turismo e a pesca, oferecendo sustento a mais de 1 bilhão de pessoas e representando aproximadamente 1/4 da captura global de peixes.
Os recifes de corais em águas quentes são um indicador fundamental, pois representam um ecossistema oceânico inestimável. Eles fornecem habitat para uma grande quantidade de biodiversidade, abrigando uma estimativa de 3 milhões de espécies.
Os recifes oferecem proteção costeira contra tempestades, inundações e erosão do solo para mais de 275 milhões de pessoas que residem perto deles.
O estudo ainda demonstra que o aumento do CO2 na atmosfera acelera a transposição dos limites definidos pelo Acordo de Paris.
Fonte por: Poder 360