A adição de sal na alimentação pode aumentar o risco de ansiedade em até 34%

O uso excessivo da sal em pratos pode aumentar as chances de desenvolver ansiedade até 34%. Os dados são resultado de um estudo realizado com exames a partir dos registros de 440 mil adultos ingleses do UK Biobank e analisado pela Universidade Médica de Xinjiang, na China.

O estudo publicado na edição julho da Revista dos Transtornos Afectivos mostrou que há conexões entre o exagero no uso do adicionativo gustoso e a depressão, além de um envelhecimento pré-mature.O artigo seguiu os participantes por mais de 12 anos.

Relacionamento entre o sal e a depressão e aansiedade

Cientistas descobriram que quanto maior for a frequência com que um ingrediente é adicionado às refeições, maior será o risco de transtornos mentais. Aqueles no grupo que sempre adiciona sal foram os mais propensos ao risco, chegando até 45% para depressão e 34% para ansiedade.

Na mídia, aqueles que adicionam frequentemente um produto ao prato já preparado tiveram uma probabilidade de desenvolver depressão cerca de 37% maior e de ansiedade em torno de 27%, comparados a quem raramente ou nunca o consume.

Usos subtis podem criar espaços para problemas mentais. As pessoas que adicionavam sal “ocasionamente” ou “geralmente” tiveram um risco aumentado de depressão em até 16%, e de ansiedade, entre 5% a 10%.

Velocidade aumentada na idade de vida como antagonista

Pesquisadores mediram também a influência do envelhecimento biológico nos resultados, descobrindo que excesso de sal acelera o desgaste celular e amplia seus efeitos negativos na saúde mental. Os dados sugerem que esse processo explica parte da relação entre consumo e transtornos mentais.

“Sal é o condimento de sabores mais utilizado no Brasil, porém pode trazer grandes problemas à saúde do organismo, principalmente ao coração e thes kidneys. Por isso, sempre trabalhamos em educar os pacientes a conhecer outros temperos e usar as diversas ervas disponíveis. Quanto mais completo o tempero, menor é a necessidade de utilizar sal e mais saudável fica a comida.” Diz Beatriz Hiromi, nutricionista em Osasco (SP).

Alterações simples no alimento como opção de escolha

Especialistas recomendam substituir o sal por alternativas como temperos de alho, cebola, pimenta e ervas frescas. A adaptação do paladar pode levar semanas, mas isso significativamente reduz os riscos identificados no estudo.

A pesquisa confirma que é necessário políticas públicas para alertar sobre os riscos do consumo excessivo de sal. Além dos danos cardiovasculares já conhecidos, a saúde mental está se tornando mais relevante na literatura científica. O próximo passo será investigar como diferentes tipos de sal afetam o corpo humano.

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Fonte: Metrópoles