A Alemanha não pretende reconhecer o Estado palestino em um futuro próximo
A declaração oficial indica que a segurança de Israel é de extrema importância e que a prioridade é avançar em direção à solução de dois Estados.

A Alemanha não prevê, no momento, o reconhecimento de um Estado palestino, enfatizando que é imprescindível progresso em direção à solução de dois Estados.
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A segurança de Israel é de suma importância para o governo alemão. Dessa forma, o governo alemão não tem planos de reconhecer um Estado palestino a curto prazo.
A declaração é feita após a França anunciar que reconhecerá o Estado palestino na Assembleia Geral da ONU em setembro. Essa medida foi condenada por Israel e pelos Estados Unidos.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a decisão na noite de quinta-feira (24), pouco antes do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, informar que faria uma ligação de emergência com a França e a Alemanha sobre a situação humanitária em Gaza nesta sexta-feira (25).
Outros países se manifestam em favor do reconhecimento do Estado palestino.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, declarou que o reconhecimento do Estado palestino é necessário para uma paz duradoura.
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Starmer declarou, em comunicado de seu gabinete na sexta-feira, que está trabalhando em um “caminho para a paz” na região, com seus aliados mais próximos.
Essa trajetória determinará as ações concretas necessárias para converter o cessar-fogo, tão urgentemente desejado, em uma paz sustentável. O reconhecimento de um Estado palestino deve ser uma dessas etapas. Sou absolutamente nessa linha de pensamento, afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, por sua vez, destacou que o reconhecimento de um Estado palestino deve acontecer concomitantemente ao reconhecimento de Israel pela nova entidade.
Um Estado palestino que não reconhece Israel implica que o problema não será resolvido, avaliou o chanceler Antonio Tajani em uma reunião de seu partido, o Forza Italia.
A ação da França, embora simbólica, evidenciou o aumento do isolamento internacional de Israel em razão da guerra em Gaza e poderá pavimentar o caminho para que outras potências sigam o mesmo exemplo.
Chefe da Autoridade Palestina recebe homenagem da França.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, comunicou sua satisfação com a decisão da França, creditando ao papel fundamental da Arábia Saudita o incentivo à decisão da França de reconhecer o Estado Palestino, conforme reportou a agência de notícias oficial palestina WAFA.
O presidente Abbas solicitou a todos os países, notadamente as nações europeias que ainda não o reconheceram, que o façam com base na solução de dois Estados, amplamente aceita internacionalmente, conforme declarado pelo jornal.
A Arábia Saudita tem exercido pressão sobre a França para que esta reconheça a Palestina, com esforços liderados pelo ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, conforme revelado por uma fonte próxima à corte real.
A defesa de um Estado palestino.
Os palestinos têm buscado, há muito tempo, a criação de um Estado independente na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental – territórios que Israel ocupou durante a Guerra do Oriente Médio de 1967, por meio de um processo de paz mediado.
Israel é acusado de ter minado as chances de um Estado palestino através da construção de colonias na Cisjordânia e da devastação de grande parte de Gaza durante o conflito em curso, alegação que o governo israelense refuta.
A Organização para a Libertação da Palestina admitiu o direito de Israel existir pacificamente em 1993, no começo do processo de paz com apoio dos Estados Unidos, que resultou na criação da Autoridade Palestina.
O Hamas e outros grupos islamistas palestinos que controlam Gaza e que frequentemente entram em conflito com as forças israelenses na Cisjordânia se opõem ao reconhecimento de Israel.
A carta de fundação do grupo, de 1988, previa a aniquilação de Israel, ainda que seus líderes tenham, em certos momentos, apresentado uma oferta de paz de longo prazo com Israel em troca da criação de um Estado palestino autônomo em todo o território palestino ocupado por Israel durante a guerra de 1967. Israel classifica isso como uma simulação.
Fonte por: CNN Brasil