A análise aponta que a trajetória de endividamento é completamente inviável
José Márcio Camargo, da Genival Investimentos, ressalta a pressão das despesas obrigatórias e o risco de desequilíbrio fiscal no longo prazo.

A situação fiscal do Brasil tende a um cenário preocupante, conforme análise do economista José Márcio Camargo, economista-chefe da Genival Investimentos. Em entrevista ao WW nesta quinta-feira (22), Camargo alertou que a trajetória da dívida pública brasileira é “totalmente insustentável” no médio prazo.
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O especialista aponta que as contas públicas seguem um caminho de deterioração, que, ainda sem gerar pânico imediato entre os agentes econômicos, acarreta sérios riscos para o futuro.
“A trajetória de vida não vai parar, não existe menor condição da vida parar de crescer no médio prazo, nem no curto prazo, isso significa que em algum momento a gente vai ter um problema complicado”, afirmou Camargo.
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Atenção aos sinais de perigo desconsiderados.
O economista apontou ocorrências do final do ano anterior como sinais relevantes da vulnerabilidade econômica do país. “Aqueles períodos de desvalorização cambial, elevação da taxa de juros, acúmulo da taxa inflacionária, um processo se retroalimentando, representaram uma situação muito próxima do desequilíbrio”, afirmou.
Apesar desses alertas, Camargo criticou a posição do governo, que aparentemente não considerou esses dados. “O governo persiste na mesma linha, continua insistindo em aumentar gastos, aumentar programas de gastos fora do orçamento, às vezes”, afirmou.
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A pressão das despesas obrigatórias sobre os investimentos foi outro ponto destacado pelo economista. Essa dinâmica contribui para o cenário de insustentabilidade fiscal, restringindo a capacidade do governo de realizar investimentos necessários para o crescimento econômico.
Camargo concluiu sua análise reiterando a gravidade da situação: “A trajetória da dívida certamente ela é insustentável no médio prazo”. Essa avaliação sugere que, sem mudanças significativas na política fiscal, o Brasil pode enfrentar sérias dificuldades econômicas nos próximos anos.
Fonte: CNN Brasil