A aprendizagem na educação básica ainda não atingiu os níveis observados antes da pandemia

O estudo Aprendizagem na Educação Básica: Situação Brasileira no Pós-Pandemia foi divulgado pelo Todos Pela Educação.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A pandemia de Covid-19 continua a afetar a educação no Brasil. Apesar dos avanços recentes nos níveis de aprendizado, o país ainda não recuperou os níveis de 2019.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ademais, as desigualdades já existentes foram intensificadas. É o que demonstra o estudo Aprendizagem na Educação Básica: Situação Brasileira no Pós-Pandemia, divulgado nesta segunda-feira (28/4), pelo Todos Pela Educação.

O estudo utilizou os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado a estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio, para avaliar o desempenho em matemática e língua portuguesa. Em todas as etapas, os resultados de 2023 não alcançaram os níveis obtidos em 2019.

Diante dos desafios já existentes antes da pandemia da Covid-19, o cenário atual torna ainda mais premente o reforço de políticas públicas voltadas para a recuperação das aprendizagens e a diminuição das desigualdades, assegurando o acesso à educação de qualidade para todos.

LEIA TAMBÉM!

A publicação revela que as desigualdades educacionais entre diferentes grupos raciais e socioeconômicos, bem como entre as unidades da federação, que já eram notáveis antes da pandemia, continuaram ou se intensificaram. As disparidades raciais no desempenho escolar, por exemplo, observadas no estudo, apresentavam valores superiores em 2023 em comparação com 2013.

As diferenças aumentaram.

Em 2013, a disparidade no percentual de alunos do 5º ano do ensino fundamental com aprendizagem adequada entre estudantes brancos/amarelos e pretos/pardos/indígenas foi de 7,9% em língua portuguesa e 8,6% em matemática. Em 2023, após a pandemia, essas diferenças aumentaram para 8,2% e 9,5%, respectivamente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No ensino médio, as desigualdades persistem ao final da educação básica. A diferença entre brancos e demais grupos raciais na língua portuguesa aumentou de 11,1 pontos percentuais em 2013 para 14 pontos percentuais em 2023. Em matemática, essa disparidade cresceu de 4,4 pontos percentuais para 3,9 no mesmo período.

Dia Mundial da Educação

A divulgação do estudo celebra o Dia Mundial da Educação, comemorado em 28 de abril. A data foi estabelecida após o Fórum Mundial de Educação em Dakar, Senegal, no qual 164 países, incluindo o Brasil, assumiram compromissos com o desenvolvimento da educação.

O Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), em parceria com o Todos pela Educação, lançou dados sobre a aprendizagem em matemática, com base no Saeb, que apontam os desafios enfrentados no ensino e na aprendizagem dessa disciplina no país. Essas informações detalhadas estão disponíveis na plataforma QEdu.

Em 2023, no 9º ano, 16% dos estudantes alcançaram o aprendizado considerado adequado na disciplina. Em 2019, o índice era 18%, e em 2021, 15%. Já no 3º ano do ensino médio, a porcentagem dos estudantes com aprendizado adequado mantém-se em 5%. As desigualdades também estão evidentes neste recorte. Entre os estudantes brancos, 8% tiveram aprendizado adequado em matemática; entre os pretos, 3%.

As desigualdades também se manifestam em relação ao nível socioeconômico. Dentre os mais ricos, 61% dos alunos apresentaram aprendizado adequado em língua portuguesa no 5º ano do ensino fundamental. Entre os alunos mais pobres, esse percentual é de 45%, em comparação com 52% contra 32% em matemática.

Fonte: Metrópoles

Sair da versão mobile