A Cáritas promove Seminário Nacional sobre Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergências em Santa Cruz do Sul (RS)

A organização promove encontros com parceiros para delinear ações, com a emergência climática sendo o foco principal do debate.

05/08/2025 11h48

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(Imagem de reprodução da internet).

A Diocese de Santa Cruz do Sul – localizada entre as regiões do Vale do Rio Pardo e do Vale do Taquari, sendo uma das mais afetadas pelas três cheias registradas nos últimos dois anos – foi selecionada para sediar o Seminário Nacional de Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergências da Cáritas Brasileira. A atividade será realizada nesta semana, entre os dias 6 e 8 de agosto, a partir da cidade sede da diocese, mas se estenderá para territórios atingidos, onde ocorrerão trocas e vivências.

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Os organizadores informam que o evento visa fortalecer a atuação da rede frente às emergências climáticas e socioambientais que afetam diretamente as populações mais vulnerabilizadas. No seminário, serão apresentadas as realidades de Cruzeiro do Sul, Arroio do Meio e Canoas, cidades que sofreram graves impactos das inundações.

Estão previstas cerca de 70 pessoas ligadas à Caritas, aos movimentos sociais populares parceiros e às Pastorais Sociais, provenientes de diversas regiões do Brasil e de todo o Estado, que se aproximarão desta realidade e compartilharão suas vivências.

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Inundações postergaram reunião duas vezes.

Jacira Ruiz, da Cáritas RS, explica que essa atividade de formação, com abrangência nacional, estava prevista para ser realizada em 2023 em um dos três Estados da Região Sul. Por duas vezes a atividade teve que ser adiada em razão das sucessivas tragédias climáticas ocorridas no RS, inicialmente pelas duas cheias registradas em setembro e novembro de 2023, e posteriormente pela mais grave, ocorrida entre abril e maio de 2024.

Jacira aponta que este fato já indica a relevância desse momento de aprofundamento sobre os desafios impostos, as resistências vividas pelas pessoas atingidas e como as organizações da sociedade civil podem/devem atuar contribuindo com as comunidades, na construção efetivas de maior segurança para enfrentar a nova realidade climática, com maior prevenção e preparação.

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Almejar um modelo de sociedade voltado para a Casa Comum.

Lucas D’Avila, coordenador nacional de Meio Ambiente, Gestão de Riscos e Emergências da Cáritas Brasileira, destaca que enfrentamos um cenário global de emergência climática, que vai além do aumento da temperatura média, abrangendo uma série de outros fatores. Ele cita o Papa Francisco, que afirmava que a emergência não apenas climática, mas humana em geral. Para o coordenador, a situação atual leva à ampliação dos grupos que já são historicamente marginalizados. A Cáritas tem uma missão institucional de acolhimento às pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social e, neste contexto, o seminário servirá como ponte para essa temática.

A expectativa é que os quatro dias de encontro abordem a emergência climática através da rede Cáritas, nas suas áreas de atuação, sistematizando e trocando experiências, definindo passos em um planejamento e lançando luzes sobre o que pode ser feito nos próximos anos nessa área. “Vamos sistematizar como a Cáritas tem trabalhado nessa área, apontar quais são as boas práticas que quer anunciar, quais são as violações que quer denunciar, afirmar alternativas como caminho para uma sociedade cujo foco é a casa comum”, acrescenta Lucas.

O COP30 também estará em discussão.

Dentro do programa, também está prevista a mobilização da rede Cáritas, das Pastorais e dos movimentos sociais em direção à COP 30, em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025. Na ocasião, haverá o lançamento do Documento de Posições da Cáritas Brasileira para a COP 30, que reúne propostas construídas com base nas experiências da rede em todo o país e defende uma transição ecológica justa, popular e democrática.

Queremos transformar nosso seminário também em um espaço para fortalecer nossas estratégias de mobilização antes, durante e pós COP, explica Lucas. Para ele, o principal desafio reside em dar condições ao protagonismo das pessoas: “principalmente como chegamos até as bases, fortalecemos e formamos essas bases nesses temas, levando em conta que essa área cria termos e linguagens técnicas, que afastam as pessoas dessas discussões, bem como também há a questão da logística de participação nestes espaços que é sempre complexa”.

A atuação da Cáritas

A atuação da Cáritas no Brasil abrange ações de prevenção de desastres, atendimento de emergência a indivíduos e famílias atingidas, além da promoção de comunidades mais seguras e resilientes. Através de diálogos, comunicação e articulação com organizações sociais locais, estaduais, nacionais e internacionais, e com o poder público, a Cáritas atua na defesa e garantia dos direitos dos/das afetados/das. Um exemplo é o projeto “Cáritas nas Emergências: comunidades mobilizadas no enfrentamento das mudanças climáticas”, que está sendo desenvolvido em Canoas (área urbana) e Cruzeiro do Sul (área rural), desde dezembro de 2024.

Fonte por: Brasil de Fato

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