A Cedae celebra 50 anos no RJ, registrando lucro recorde de R$ 1 bilhão, e enfrenta a possibilidade de nova privatização
A Comissão de Saneamento da Alerj promove audiência para defender a Cedae do setor público na sexta-feira (1º).

Na próxima sexta-feira (1º), a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) comemora 50 anos. Em meio a uma nova ameaça de privatização da estatal, uma audiência pública na Assembleia Legislativa (Alerj) irá marcar a data com um debate sobre segurança hídrica no estado.
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No início do ano, um consórcio composto por instituições financeiras foi contratado para elaborar um “estudo de viabilidade econômica-financeira de fortalecimento do capital da companhia”. Em outras palavras, a licitação irá assessorar a venda de ações da estatal fluminense responsável pelo tratamento e fornecimento de água.
Ao Brasil de Fato, o deputado Jari Oliveira (PSB), presidente da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj, classificou de “temeridade contra a população” do estado do Rio a tentativa de privatização da água tratada.
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Em 2021, em uma empresa concessionária do Governo do Estado, foi privatizado o serviço de distribuição de água que era realizado pela Cedae. Houve um aumento nas tarifas, descumprimentos dos termos do contrato de concessão e uma consequente deterioração do serviço, refletida na falta de abastecimento para a população. A Comissão de Saneamento Ambiental recebe relatos de que as pessoas sentem falta da Cedae.
A sessão ocorrerá na próxima sexta-feira (1º) e contará com a presença de representantes da Cedae, Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa), Casa Civil, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de comissões de monitoramento, sindicatos e movimentos sociais populares.
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“O que está em jogo é a efetiva entrega da segurança hídrica da região metropolitana do Rio aos interesses do capital privado. O resultado disso sempre nos distancia da garantia do acesso à água como um direito humano”, completa Oliveira.
Privatização em vista
De acordo com informações divulgadas na imprensa, a venda de uma participação minoritária e a abertura de capital da Cedae devem ocorrer em torno de R$ 1,5 bilhão. O consórcio que venceu a licitação para avaliar alternativas ao modelo de negócio da estatal fluminense é composto pelo BR Partners, BTG Pactual e Machado Meyer.
Após três anos de permitir que a iniciativa privada realizasse a distribuição de água, a estatal obteve lucro de R$ 1 bilhão. De acordo com o balanço da empresa, houve também um aumento de investimento que atingiu 15,3% da receita líquida.
O diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, celebrou os resultados da empresa. “Após os ajustes de gestão necessários, a Companhia hoje é saudável financeiramente, moderna, alinhada com a preservação ambiental e demais práticas ESG, capaz de fazer investimentos e tão lucrativa quanto era antes da concessão, quando tinha receita muito maior”, declarou.
Serviço
Audiência pública em defesa da Cedae
1º de agosto
10h
Plenário da Alerj (Rua da Ajuda, nº 5 – Centro)
Fonte por: Brasil de Fato