A China busca construir residências, e não expandir jardins de terceiros

Em poucos dias do fórum China-América Latina, Pequim busca projetar-se como uma opção à diplomacia dos Estados Unidos.

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(Imagem de reprodução da internet).

A poucos dias do 4º Fórum China-CELAC, que reúne países da América Latina e do Caribe, o ministro assistente do Ministério de Relações Exteriores da China, Miao Deyu, indicou que o principal objetivo dos chineses no encontro deve ser apresentar-se como um parceiro mais vantajoso em relação aos Estados Unidos.

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Em entrevista a jornalistas, no domingo (11.mai.2025), Deyu declarou que os países do Sul Global têm mais benefícios com a cooperação chinesa do que com a influência americana.

Ademais, o ministro assistente declarou que as relações com a China são mais “sinceras” e que a forma de negociação chinesa busca um equilíbrio entre as partes, fazendo referência à fala do ministro da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que em abril afirmou que o país iria “recuperar seu jardim”, em referência ao crescente presença chinesa na América Latina e no Caribe.

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As pessoas buscam construir suas casas e não um espaço para exibição. Eles anseiam pela independência, não pela nova doutrina Monroe, afirmou. “Apoiamos uns aos outros e não temos nenhum tipo de cálculo geopolítico. Não temos interesses ocultos, alguns países têm mais intenções e não aceitamos isso.”

De acordo com Deyu, a China pretende estabelecer ações práticas de colaboração em áreas como infraestrutura, tecnologia, comércio e agricultura entre Pequim e a região. O ministro assistente afirmou que a união entre os países é “essencial” para que o planeta supere as dificuldades decorrentes da imposição de tarifas comerciais dos Estados Unidos.

A região [América Latina e Caribe] é um componente relevante do Sul Global e desempenha um papel importante na defesa da paz mundial.

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A 4ª edição do Fórum China-CELAC adquiriu maior relevância com a intensificação da guerra comercial entre China e EUA. Desde abril, os países têm aplicado tarifas protecionistas um contra o outro, que já escalaram para mais de 100%.

A China busca apoio internacional para conter a ação dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a Casa Branca negocia com vários países para revisar acordos e reduzir tarifas, sem que um acordo com a China tenha sido alcançado.

Esta edição também comemorará os 10 anos do Fórum China-CELAC. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará presente e discursará no evento, assim como outros líderes sul-americanos. Consulte a lista de outros presidentes que participarão do fórum.

Fonte: Poder 360

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