A comissão do Senado avalia declarações de Barroso sobre apoio dos EUA ao golpe
Senador considera “possível afronta” ao desrespeito à separação dos Poderes e busca audiência com o presidente do STF.

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou na terça-feira o convite ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, para responder à alegação de que solicitou apoio dos Estados Unidos para impedir um golpe de Estado no Brasil.
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A declaração foi proferida em 13 de maio, em um evento em Nova York. “Em três vezes solicitei declarações dos Estados Unidos em apoio à democracia brasileira, uma delas ao próprio Departamento de Estado”, afirmou o ministro. “Acredito que isso teve algum papel, pois os militares brasileiros não gostam de se indispor com os Estados Unidos, pois é aqui que obtêm seus cursos e seus equipamentos.”
O pedido para convidar Barroso foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), alegando que a atitude do magistrado constitui uma “possível afronta” aos princípios da separação dos Poderes, da independência nacional e da soberania popular.
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As declarações do ministro indicam a viabilidade de uma atuação coordenada e persistente de agentes estrangeiros em questões internas do Estado brasileiro, com a concordância ou até mesmo o estímulo de autoridades nacionais, conforme afirmou o parlamentar.
Segundo Girã, é “inevitável questionar se essa intervenção limitou-se à obtenção de meras declarações diplomáticas, ou se se estendeu à destinação de recursos a organizações e instituições brasileiras”.
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A data para a audiência ainda não foi definida. Barroso não tem obrigação de comparecer à sessão no Senado.
Fonte: Carta Capital