A cúrcuma pode proteger o cérebro e o intestino; compreenda como

Estudo recente revela os benefícios do tempero; explore formas saborosas de utilizá-lo, que transcendem o consumo em doses únicas.

09/06/2025 10h27

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(Imagem de reprodução da internet).

O sucesso na culinária asiática se estende por séculos, e a especiaria que colore e saboriza inúmeras receitas conquistou espaço em laboratórios de pesquisa internacional. Um estudo recente, divulgado em abril na revista Nutrients, analisa as ações anti-inflamatórias e antioxidantes da cúrcuma, além de sua ação neuroprotetora, também conhecida como açafrão-da-terra.

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Realizada por pesquisadores italianos, a pesquisa revela mecanismos moleculares complexos e as diversas vias envolvidas na atuação da substância em nosso organismo. “Trata-se de uma revisão completa e atualizada, que confirma efeitos já conhecidos e apresenta novas perspectivas sobre a curcumina, o principal composto bioativo do açafrão”, comenta a nutricionista Gabriela Mieko Yoshimura, do Espaço Einstein de Reabilitação e Esporte, do Hospital Israelita Albert Einstein.

A curcumina é um tipo de pigmento e faz parte do grupo dos polifenóis, que inclui mais de 8 mil integrantes. Esses compostos são classificados como metabólitos secundários, são produzidos pelas plantas para protegê-las em condições desfavoráveis na natureza. Atuam contra os raios ultravioleta e as intempéries, tanto em períodos de seca quanto em épocas de muita chuva, por exemplo.

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Já em nosso organismo, uma das funções mais reconhecidas é a ação antioxidante. Isso significa que são capazes de neutralizar os radicais livres, átomos desequilibrados que necessitam de elétrons para se estabilizar. O excesso de radicais está por trás de danos celulares. E os polifenóis interrompem essa sequência, atenuando o estresse oxidativo e preservando as células.

Outra atuação da família dos polifenóis é o combate às inflamações. No artigo italiano, destacou-se o poder da curcumina na redução de processos inflamatórios, com impactos positivos no intestino. “A revisão demonstra ainda efeitos na produção dos ácidos graxos de cadeia curta, o que contribui para a integridade da barreira intestinal”, afirma a nutricionista. Assim, evita-se que agentes nocivos alcancem a circulação e desencadeiem inflamações, entre outros problemas.

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Há indicações de que esse mecanismo contribui para a redução do risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e oferece proteção contra as inflamações associadas à obesidade.

O artigo também aborda o conceito de eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação que inclui neurotransmissores, como a serotonina, e a transmissão de sinais que influenciam as sensações de bem-estar.

Não resolve tudo.

A curcumina, proveniente do tempero, apresenta baixa biodisponibilidade — a habilidade da substância ser absorvida e utilizada pelo organismo humano. ainda não é possível determinar uma quantidade que assegure todos os benefícios através da alimentação.

São necessários mais estudos para determinar. Contudo, as evidências mostram que a substância tem grande potencial, avalia a nutricionista do Einstein. Segundo Yoshimura, via suplementação já dá para assegurar a eficácia da curcumina — mas isso quando houver indicação de médico ou nutricionista.

É desnecessário incorporar o componente em um cenário pouco saudável. “Ele só vai agregar em um estilo de vida que apresente alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, controle do estresse e repouso adequado”, afirma a especialista.

O aviso é direcionado a quem busca resultados milagrosos através do consumo dessas bebidas. Essas bebidas costumam conter ingredientes como a cúrcuma, o limão e o gengibre, e são divulgadas com a promessa de aumentar a imunidade ou auxiliar no emagrecimento. “Consumir o que não gosta em busca de efeitos mágicos é uma atitude que vai contra a boa relação com a comida, afinal, a alimentação engloba o prazer”, defende Gabriela.

Aproveite ao máximo.

A resina amarela da cúrcuma deriva da raiz da espécie asiática Curcuma longa, que também é consumida fresca e ralada. Além de colorir o arroz, é amplamente utilizada para temperar sopas, caldos, ensopados, molhos, patês, aves, carnes e frutos do mar.

Pode ser utilizado em refogados, com cebola, alho e óleo, servindo de base para diversos pratos. Ademais, a composição oleosa – seja ela de azeite, outros óleos vegetais ou de manteiga –, associada ao calor, potencializa o aproveitamento da curcumina e favorece a liberação dos compostos aromáticos.

A mistura com pimenta-preta, fonte de uma substância chamada piperina, também auxilia na biodisponibilidade, comenta a especialista. o curry apresenta essa vantagem, pois o condimento contém tanto a cúrcuma quanto a pimenta-preta, além de outras especiarias. Gengibre, canela, cravo e coentro costumam fazer parte desse clássico da culinária indiana.

A nutricionista propõe também uma preparação que otimiza a absorção da curcumina: o golden milk, ou leite dourado, em português. “Essa bebida, que está mais popular por aqui, mas é tradicional na Ásia, traz a cúrcuma em pó, o leite, que pode ser até vegetal, e a pimenta-do-reino”, comenta. Permanece ao agrado do indivíduo a inclusão da cúrcuma na rotina diária.

Cúrcuma: observe os benefícios e como consumir

Fonte por: CNN Brasil

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