A decisão de prender Bolsonaro é equivocada, afirma Leite

O governador manifestou-se sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes: “Não importa se o presidente investigado cavou ou não”.

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(Imagem de reprodução da internet).

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou que “não importa” se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “cavou” ou não a sua prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Para Leite, a própria decisão de Moraes já é equivocada.

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A decisão específica do ministro Alexandre de Moraes, de restringir manifestações do ex-presidente, eu considero criticável. Dentro de um ambiente democrático, de livre manifestação, até que Bolsonaro seja julgado e eventualmente condenado pelo colegiado, entendo que ele tem direito de se expressar usando os canais legítimos.

“Criticar a prisão nessas condições não me faz bolsonarista. Não sou apoiador do ex-presidente, pelo contrário, sempre fui crítico, e seus apoiadores também me criticam, me atacam”, afirmou Leite.

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O ministro Moraes ordenou a prisão domiciliar após o ex-chefe do Executivo descumprir as medidas cautelares estabelecidas pela Corte. Segundo o ministro, o ex-presidente estaria utilizando as redes sociais de maneira coordenada com apoiadores e em concordância com seus filhos para disseminar conteúdo que incentivava e incitava ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio explícito à intervenção externa no Poder Judiciário brasileiro.

De acordo com Moraes, o evento que deu início à crise foi a participação indireta do ex-presidente em uma manifestação ocorrida no Rio de Janeiro no domingo (3.ago). Na ocasião, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) transmitiu o áudio de Bolsonaro durante o ato e posteriormente divulgou a interação nas redes sociais.

Moraes cita que Flávio, filho mais velho do ex-presidente, excluiu a publicação com o vídeo, “em evidente intento de esconder o descumprimento das medidas cautelares cometido por seu pai”. Leia aqui os posts que justificaram a ordem de prisão domiciliar de Bolsonaro.

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Questionado pelo jornal se acreditava que aquela publicação de Flávio foi utilizada intencionalmente para influenciar a decisão de Moraes, Leite reiterou que a própria determinação de prisão domiciliar é equivocada.

Se ocorreu alguma ação do ex-presidente, seja intencional ou não, que levou o ministro a tomar a decisão da prisão, e ela está baseada em uma decisão que considero equivocada, também é criticável. O que quero dizer é que não importa se o presidente investigou ou não. A questão é que a decisão não corresponde ao que eu acredito ser o melhor ambiente democrático para o país.

Leite afirmou que um dos equívocos do ministro, além de ordenar a prisão de Bolsonaro, foi vedar o ex-presidente de se expressar nas redes sociais.

Reconheço, ao mesmo tempo, que Moraes foi fundamental na condução do processo eleitoral e na transmissão de cargo, agindo de forma incisiva para garantir estabilidade. No entanto, não podemos criar precedentes perigosos, como limitar manifestações, que podem ser usados futuramente em outros contextos. Ele acertou em muitas oportunidades, especialmente no processo relacionado à tentativa de golpe, sendo rigoroso, e nisso merece elogios. Mas, quando houver excessos, vou criticar.

Fonte por: Poder 360

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