A decisão de Trump é incompatível com o acordo de 1967, afirma especialista

Desenvolvimento de sistema de defesa antimísseis dos EUA, com base no modelo do Muro de Ferro israelense, suscita preocupações na Rússia e China sobre uma possível infração de acordos internacionais.

21/05/2025 20h21

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(Imagem de reprodução da internet).

O anúncio do presidente Donald Trump sobre a construção de um sistema antimísseis denominado “Domo de Ouro” gerou reações imediatas da Rússia e da China. O projeto, inspirado no Domo de Ferro israelense, tem como objetivo proteger o território dos Estados Unidos contra ataques de mísseis balísticos e hipersônicos.

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Conforme Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense, o sistema defendido por Trump operaria por meio de satélites de vigilância no espaço, buscando interceptar mísseis destinados aos Estados Unidos durante sua trajetória de lançamento.

Violação de tratado internacional

Brustolin ressalta que o projeto do Domo de Ouro infringe um tratado internacional de 1967, que restringe a instalação de armas de destruição em massa no espaço. Esta violação é a principal causa das reclamações da Rússia e da China, juntamente com a preocupação sobre um possível desequilíbrio na estratégia de dissuasão nuclear.

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O governo russo sinalizou que os planos de Trump podem levar à retomada do diáentre Moscou e Washington sobre o controle de armas nucleares. Já a China solicitou que os Estados Unidos abandonem o desenvolvimento do projeto, manifestando séria preocupação e afirmando que o Domo de Ouro acarreta significativas implicações ofensivas.

Diferenças entre o Domo de Ouro e o Domo de Ferro

Apesar de ter sido inspirado no sistema israelense, a Cúpula de Ouro apresenta diferenças notáveis. Enquanto a Cúpula de Ferro israelense opera desde 2011 e abrange uma área equivalente ao estado do New Jersey, o projeto americano busca proteger um território 450 vezes maior.

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Adicionalmente, o sistema israelense é projetado para interceptar mísseis de curto alcance e baixa altitude, empregando radares transportados por pedestres. Já o Dome de Ouro visa detectar e interceptar mísseis balísticos e hipersônicos através de satélites no espaço, constituindo um desafio tecnológico e estratégico consideravelmente mais elevado.

A viabilidade do projeto americano é questionada em razão de seu elevado custo e potenciais fragilidades defensivas. Brustolin aponta que seria imprescindível a colaboração com o Canadá e a implementação de sistemas de proteção na Groenlândia para uma cobertura mais robusta. Ademais, o aumento da sofisticação dos mísseis balísticos intercontinentais, com capacidade de manobras aéreas, complica significativamente a operação de interceptação.

Fonte: CNN Brasil

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