A defesa de Jair Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal que Cid utilizaria uma VPN para apagar seu perfil
Advogados declaram que o tenente-coronel teria mentido à Polícia Federal sobre a autoria de uma conta que supostamente foi utilizada para comentar sobre…

Ex-ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 30 de junho de 2025 que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid utilizou VPN para excluir o perfil do Instagram @Gabrielar702, administrado pelo tenente-coronel, após ser questionado sobre a conta durante interrogatório na Corte.
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De acordo com o advogado Celso Vilardi, apesar de Cid ter negado o uso do recurso à Polícia Federal, registros das empresas Meta e Google indicam que a exclusão da conta ocorreu a partir de um servidor na Dinamarca, ocultando a origem do acesso. “É no mínimo sintomático que precisamente a exclusão da conta ‘Gabrielar702’ pareça ter sido feita com tal ferramenta”, escreveu ele.
Em sua defesa, os registros das grandes empresas de tecnologia demonstram que Mauro Cid mentiu em seu depoimento e que houve tentativa de destruição de provas no caso. Os advogados solicitam que o depoimento de Cid à Polícia Federal no inquérito que apura a possibilidade de obstração das investigações seja incluído na ação por tentativa de golpe. Leia a íntegra do documento (PDF – 923 kB).
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Villardi afirmou que as mentiras do delator não apenas têm se multiplicado, como também estão se tornando cada vez mais descaraçadas e, aparentemente, envolvem a destruição de provas.
O advogado também declarou que o e-mail associado à conta, “[email protected]”, foi acessado no mesmo dia da exclusão, 2 minutos antes, tanto pelo celular quanto pelo computador – ambos utilizando VPN.
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O documento informa que a conta do Instagram, objeto das dúvidas levantadas em uma audiência poucas horas antes, foi excluída. Além disso, desta vez houve preocupação em ocultar a origem do acesso (o que não ocorria anteriormente), afirma o documento.
A defesa também menciona outros documentos enviados pela Meta ao STF, que comprovam que a conta do Instagram foi criada na residência de Cid.
Os documentos dos autos também demonstram, com clareza, onde estava localizado o computador que acessava o perfil Gabrielar e enviava as mensagens: a pesquisa dos endereços de IP informados tanto pela Meta quanto pelo Google mostra que o perfil foi criado, ao que se constata, da residência do delator, escreveu a defesa.
O Google confirmou que o endereço de e-mail foi criado em 2005, em nome de Mauro Cid, com a data de nascimento 17 de maio de 1979. Adicionalmente, o número de telefone associado à conta para recuperação de senha é o mesmo que foi apreendido pela Polícia Federal.
DELEGACIA DE CID
Cid prestou depoimento à Polícia Federal em 24 de junho no inquérito que investiga a suposta obstração de investigação.
A apuração ocorreu em decorrência de uma reportagem da Veja que sugere que Cid pode ter utilizado o perfil @gabrielar702 para se comunicar durante o período em que estaria sujeito a restrições impostas por seu acordo de delação premiada.
Os diálogos ocorreram de janeiro a março de 2024 – cinco meses após a denúncia. Na conversa, Cid mencionava pressões, criticava investigadores e afirmava que o ministro Alexandre de Moraes já tinha uma sentença definida. O sigilo nas comunicações era uma das exigências impostas pelo Supremo Tribunal Federal.
O advogado Eduardo Kuntz, que representa o coronel Marcelo Câmara, informou ao Supremo Tribunal Federal que foi ele quem conversou com Cid e apresentou mensagens como comprovação.
Em depoimentos prestados ao STF, ele negou o uso de contas alternativas. As trocas de mensagens divulgadas pela revista, no entanto, indicariam que o tenente-coronel mentiu em depoimento à Corte.
Fonte por: Poder 360