A Aliança Democrática obteve 86 assentos no Legislativo, enquanto o centro-esquerda e a direita ficaram com 58 cada.
A AD (Aliança Democrática), coligação de centro-direita composta pelo PSD (Partido Social Democrata) e pelo CDS-PP (Centro Democrático Social-Partido Popular) e liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro (PSD), alcançou 86 assentos na Assembleia da República. Os cidadãos portugueses compareceram às urnas no dia 18 de maio de 2025.
O segundo posto ainda não ficou definido, mas, até o momento, o PS, de centro-esquerda, liderado por Pedro Nuno Santos, e o Chega, de direita, comandado por André Ventura, aparecem empatados com 58 mandatos cada.
O resultado indica uma perda de 19 cadeiras para o PS e um aumento de 10 para o Chega. As informações são da SGMAI (Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna) de Portugal.
É necessário computar os votos dos distritos eleitorais específicos da Europa e de fora da Europa, que correspondem aos portugueses residentes no exterior. Em conjunto, esses dois distritos elegem quatro deputados.
O resultado da eleição de domingo reforçou a tendência de declínio dos partidos de esquerda, já notada nas eleições legislativas de 2022 e 2024. O Bloco de Esquerda, liderado por Mariana Mortágua, obteve uma vaga, quatro a menos do que em 2024.
O Livre, de Rui Tavares, obteve duas assentos e alcançou 6 mandatos na nova legislatura. A coligação CDU – união entre o PCP e o PEV, liderada por Paulo Raimundo, conquistou 3 cadeiras, uma a menos do que na eleição anterior.
O PAN (Pessoas, Animais e Natureza) conservou sua única representante, Inês Sousa Real.
A IL (Iniciativa Liberal), de centro-direita, liderada por Rui Rocha, registrou um aumento modesto em relação à eleição anterior: saltou de 8 para 9 assentos.
Portugal realizou eleições pela terceira vez em pouco mais de três anos. O país voltou às urnas após a queda do governo minoritário de Montenegro, que enfrentava, desde fevereiro, uma crise política devido a uma empresa de sua família, a Spinumviva.
Ao contrário do Brasil, o voto em Portugal não é obrigatório e a adesão às urnas neste ano foi superior à registrada no ano anterior, quando 59,84% dos portugueses votaram. Nas eleições deste ano, a taxa de participação ficou em 64,38%, desafiando as previsões de que os pleitos sucessivos desde 2022 afastariam a desidratação dos eleitores da escolha.
O país europeu, que atingiu a democracia somente em 1974, com o Revolução dos Cravos, opera sob um regime semipresidencialista, onde o primeiro-ministro é o chefe do Executivo e o presidente é o chefe de Estado.
O presidente português é indicado após consulta aos partidos da Assembleia, o que deve ocorrer nos próximos dias. O chefe de Estado, tradicionalmente, nomeia o líder da legenda ou coligação que obteve a maioria nas eleições legislativas. No pleito, há 230 deputados eleitos para um mandato de 4 anos.
A quantidade de deputados eleitos pela AD não atinge a maioria absoluta (116 assentos). Essa maioria não será alcançada, mesmo que a aliança se coligue com a IL. Sem uma coligação formal com o Chega, a AD governaria de forma minoritária, necessitando negociar com os demais partidos a aprovação de projetos e dos Orçamentos anuais.
Em março, a Assembleia da República rejeitou um requerimento de confiança submetido pelo governo de Montenegro. Na ocasião, a oposição se organizava para constituir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com o propósito de examinar a empresa da família do primeiro-ministro.
A iniciativa de confiança é um mecanismo empregado em sistemas semipresidencialistas, como o de Portugal, para verificar se o Parlamento mantém ou não o apoio à permanência de um governo em exercício. Após a rejeição, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa determinou a convocação de eleições legislativas antecipadas.
As questões envolvendo a Spinumviva foram divulgadas em fevereiro, após reportagens na mídia portuguesa que indicavam possíveis conflitos de interesse entre a consultoria, criada por Montenegro em 2021, e o cargo de primeiro-ministro, que exercia a partir de 2024.
A oposição e a opinião pública pressionavam Montenegro por esclarecimentos sobre a empresa, cujos clientes incluem, por exemplo, o grupo Solverde, empresa de cassinos com contratos de concessão com o governo.
Montenegro afirmou não ter cometido nenhuma ilegalidade ou que sua conduta fosse antiética. A senadora declarou que transferiu sua participação na empresa para sua mulher quando foi eleito presidente do PSD, em 2022. Sob pressão por estar casado sob o regime de comunhão de bens, transferiu a gestão da empresa para os demais sócios, seus dois filhos. “Não pratiquei nenhum crime, nem tive nenhuma falha ética”, destacou em pronunciamento ao país em 1º de março.
Além do caso Spinumviva, outros temas que marcaram a curta campanha foram os problemas de moradia, com o aumento do custo dos imóveis e dos aluguéis, acrescido da escassez de imóveis disponíveis, e, sobretudo, a imigração.
André Ventura, líder do Chega, abordou como tema central as políticas anti-imigração, o que lhe proporcionou popularidade ao longo das eleições, assim como outros políticos de direita e de extrema-direita da Europa com discursos semelhantes, como se vê na Alemanha e na França.
Impulsionados pela relevância do assunto, inclusive partidos como o PS e o PSD adotaram uma postura mais firme em relação às políticas de imigração em relação às eleições anteriores. Na semana passada, Montenegro anunciou a expulsão de imigrantes em situação de ilegalidade em Portugal, o que seus oponentes criticaram como uma manobra eleitoral, considerando que se trata de um procedimento administrativo usual, executado anualmente.
Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, criticou o regime de “manifestação de interesse” estabelecido pelo próprio partido em 2017. O mecanismo, descontinuado no governo de Montenegro, que o considerava uma política de “portas abertas”, permitia que estrangeiros já em território português solicitassem a sua regularização, mesmo tendo entrado como turistas. A exigência era que apresentassem um contrato de trabalho ou comprovassem contribuições à Segurança Social.
A Agência para Integração, Migração e Asilo aponta que, no segundo semestre de 2024, imigrantes residentes em Portugal com situação regular ultrapassaram a marca de 1,5 milhão de pessoas, um número que se compara a quase quatro vezes o registrado em 2017.
Em 2023, Portugal ocupava a 12ª posição entre os países europeus que mais receberam imigrantes, e, se as projeções se confirmarem e não houver alterações nos demais países, ascenderá à 7ª posição.
O envelhecimento da população e a baixa natalidade tornaram a imigração fundamental para o mercado de trabalho e a segurança previdenciária em Portugal. Em 2024, os imigrantes arrecadaram um recorde de €3,64 bilhões na Segurança Social, responsável pelo pagamento de aposentadorias e pensões no país. Deste valor, 36,7% foram provenientes de contribuintes de origem brasileira.
Fonte: Poder 360
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