A intervenção dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã, no Oriente Médio, pode representar uma mudança estratégica importante na política externa de Donald Trump, de acordo com o professor de Ciência Política do Berea College, no estado americano de Kentucky, Carlos Gustavo Poggio.
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Poggio, especialista em política dos EUA, ressalta que, se Trump optar por declarar guerra ao Irã, isso representaria uma quebra com sua postura historicamente isolacionista.
Poggio afirma que, se Trump decidir entrar nessa guerra contra o Irã, será uma mudança estratégica do pensamento do Donald Trump de grande magnitude.
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Durante a campanha presidencial e no seu primeiro mandato, Trump criticou as intervenções norte-americanas no Oriente Médio, notadamente a invasão do Iraque. Segundo Poggio, a visão de Trump de política externa sempre foi mais focada em questões domésticas, com o lema “America First” refletindo essa posição.
O especialista destaca que o movimento trumpista costuma preferir empregar o exército americano para questões internas em vez de intervenções no exterior. “O movimento trumpista prefere utilizar o exército americano em Los Angeles e não integralmente, para fins domésticos mais que para fins externos”, explica o professor.
O docente do Berea College destaca uma divergência no Partido Republicano em relação ao conflito entre Israel e Irã. Personalidades como Steve Bannon, ex-chefe de estratégia de Trump, têm se posicionado contra uma intervenção direta dos Estados Unidos, defendendo que o desfecho deve ser buscado pelos próprios israelenses.
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Adicionalmente, o atual vice-presidente de Trump, J.D. Vance, é reconhecido por sua posição oposta à intervenção de terceiros, ao contrário do ex-vice Mike Pence, que atualmente defende uma ação na Irã. Para Poggio, essas divergências internas podem influenciar consideravelmente a decisão final de Trump sobre uma possível intervenção.
Poggio recorda que a ação militar mais arrojada de Trump em seus governos foi o ataque que resultou na morte do general iraquiano Qassem Soleimani, em 2020. Mesmo após a retaliação iraniana, Trump preferiu não intensificar o conflito, exibindo prudência no emprego da força militar.
Fonte por: CNN Brasil