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A DLC do Call of Duty Modern Warfare 3 para Warzone é cara? Confira a análise


A DLC do Call of Duty Modern Warfare 3 para Warzone é cara? Confira a análise
(Foto Reprodução da Internet)

Desde sua estreia, há 20 anos, a franquia Call of Duty já recebeu 23 jogos em sua saga principal. Começando com campanhas modestas focadas em conflitos históricos, os títulos aos poucos se desenvolveram para receber narrativas grandiosas, com momentos marcantes e ameaças de nível internacional. Neste ano, a promessa é Call of Duty Modern Warfare 3, encarregado de adaptar o clássico homônimo de 2011 para a nova geração de consoles e PCs.

Incrivelmente, antes mesmo de ser lançado, Modern Warfare 3 já está gerando polêmica na mídia por motivos surpreendentes. Diferente do jogo anterior, que foi marcado por cenas violentas chocantes, o novo game da Sledgehammer Games está sendo alvo de rumores de que seria apenas uma DLC para Modern Warfare 2, o que pode ter um impacto significativo no preço sugerido.

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Para piorar, as primeiras impressões da campanha de Modern Warfare 3 também não foram favoráveis, sendo amplamente desaprovada pela crítica e pelo público. Mas será que o novo Call of Duty é tão problemático assim? Você confere todos os detalhes sobre o jogo a seguir, na análise completa do Voxel, que está focada no modo campanha e não contém spoilers!

Não muito rápido, nem muito agressivo.

Tanto Call of Duty como Velozes e Furiosos possuem algo em comum: muitas sequências questionáveis. Em situações diferentes, ambos os casos mostram que mesmo uma fórmula popular pode saturar e desapontar o público se mal feita. Talvez este seja também o maior erro de Modern Warfare 3.

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Para entender melhor, basta relembrar da trajetória do relançamento de Modern Warfare, ainda em 2019. Na época, a franquia Call of Duty ainda se mantinha forte, mas já estava perdendo o fôlego com uma jogabilidade pouco inspirada e a crescente presença de sistemas predatórios de monetização. Surpreendendo tudo mundo, o remake de Call of Duty 4: Modern Warfare impressionou o público quando foi anunciado, trazendo um tom narrativo mais sério, uma jogabilidade pautada no realismo e uma ambientação tática — ou seja, o reinício perfeito para a série.

No entanto, logo essa ideia se perdeu com as novas skins coloridas e inspiradas em personagens engraçados, armas importadas de outros jogos e, mais importante, a prioridade dada ao Warzone – o queridinho da Activision. Depois disso, três anos se passaram e Modern Warfare 2 foi lançado, trazendo várias mecânicas do estilo battle-royale, que também tinham dificuldade em equilibrar tantos conteúdos e armas diferentes. Durante esse tempo, outros dois jogos paralelos foram lançados, Black Ops Cold War e Vanguard. Pouco a pouco, Call of Duty estava voltando lentamente para a situação em que estava antes de sair.

Apesar de alguns problemas, a nova plataforma de Call of Duty era ideal para receber DLCs. Por isso, surgiu a ideia de vender Modern Warfare 3 como uma expansão. Porém, logo depois foi decidido que ele seria lançado como um jogo separado.

Porém, na prática, Modern Warfare 3 não se apresenta nem como uma DLC, nem como um jogo independente. Para começar, mais evidentemente, o título usa Modern Warfare 2 como base para rodar, exigindo muita paciência do jogador para navegar em tantos menus. Ao iniciá-lo, as primeiras mensagens exibidas se referem a Passes de Batalha e Eventos de Warzone, tornando a experiência tão confusa quanto incômoda, por ser tão familiar e não ter aquele gostinho de coisa nova.

E falando sobre familiaridade, não acaba por aí: existem algumas decisões de otimização problemáticas em Modern Warfare 3, que foram mantidas desde a atualização de 2019, como o processo de atualização que é bastante complicado. Não importa em qual plataforma você esteja jogando, você vai precisar reiniciar o jogo pelo menos uma vez após terminar de baixar os dados – algo simples, mas que dá a sensação de que a experiência é mais “improvisada”. A mesma coisa acontece ao selecionar o Modo Campanha, que pede mais uma reinicialização do jogo.

No final do processo, depois de terminar tudo, o jogador terá uma tela simples onde poderá escolher a missão ou cena que quiser e ajustar configurações. Até agora, durante o acesso antecipado, é preciso começar o jogo de novo para jogar multiplayer ou Warzone, por exemplo.

A curta campanha de Call of Duty Modern Warfare 3

Falando sobre a campanha de Modern Warfare 3, muitas especulações e críticas me fizeram criar expectativas, mas não foi impossível evitar isso. Antes de começar a jogar, eu só sabia que a campanha era curta, com cerca de quatro horas na dificuldade normal. Depois de enfrentar os menus e etapas iniciais, escolhi a dificuldade “Veterano”, que é para jogadores experientes na franquia e oferece o maior desafio. Decidi experimentar o quanto o jogo renderia nesse modo.

Começando o jogo, logo percebemos que há poucas mudanças em relação aos títulos anteriores. Modern Warfare 3 não é exclusivo dos consoles ou PCs da nova geração, por isso não traz grandes avanços gráficos ou tecnológicos. Na versão para PC, mesmo com SSD, os tempos de carregamento são longos, as transições entre partes jogáveis e cenas pré-renderizadas são óbvias, e os efeitos de iluminação são simples. No entanto, é importante dizer que essa decisão não é necessariamente negativa, pois o jogo ainda é muito bonito e agradável no geral.

Infelizmente, os problemas de Modern Warfare 3 não são técnicos, mas criativos, e isso fica evidente logo durante suas primeiras cenas. Apesar das excelentes atuações, há um sério problema de ritmo narrativo, com missões de história muito curtas e personagens viajando entre países distantes com estranha facilidade, por exemplo — tudo é muito apressado. A cada fim de fase, há um breve diálogo apresentando o próximo passo e, em seguida, os heróis estão lá. Há pouco espaço não apenas para o entrosamento da equipe, mas também do jogador, que pode encarar dificuldades em se importar com os problemas tão rapidamente apresentados.

Os problemas em Modern Warfare 3 não são técnicos, mas sim relacionados à criatividade.

Por outro lado, para dar o contexto narrativo, a trama traz de volta o terrorista Vladmir Makarov, que escapa de uma prisão de segurança máxima e deseja provocar uma nova guerra de escala global. Assim, os agentes da Força Tarefa 141 devem unir forças com aliados de todo o mundo para eliminar a ameaça, enquanto minimizam os danos causados no caminho. Apesar de semelhança, os eventos de Modern Warfare 3 não se comparam à grandiosidade dos presentes na obra original de 2011.

Operações de combate aberto

Falando sobre a jogabilidade, temos algo novo: as Missões de Combate Aberto. Em teoria, essas partes do jogo deveriam dar mais liberdade ao jogador para resolver os desafios da forma que preferirem, seja pelo combate direto ou pela furtividade, usando as armas que quiserem. Ao mesmo tempo, experimentariam a ação cinematográfica típica da franquia. Na prática, essas fases são como testes do modo Warzone, com bots, carros e caixas de armas espalhadas em um grande mapa sem muito movimento – muitos elementos são reaproveitados do próprio modo battle-royale.

Existe um problema sério no design: o jogo não oferece muitas oportunidades ao jogador para evitar o combate e possui recursos limitados para agir furtivamente. Se você preferir jogar de forma cautelosa, suas opções se resumem a armas silenciosas e ações furtivas próximo aos inimigos – mas essas ações muitas vezes acabam alertando os inimigos de forma irreal. Mesmo se você for experiente em Metal Gear Solid, é difícil encontrar uma fase em que os inimigos não sejam ativados de maneira arbitrária.

O novo jogo Call of Duty vem com missões abertas onde você pode jogar com bots.

Esses trechos de Combate Aberto, em teoria, deveriam compensar à curta duração da campanha de Modern Warfare 3 com sua rejogabilidade. Contudo, o design simplesmente não é convidativo o suficiente e falha em impressionar até mesmo um jogador recém-chegado na franquia. Não demora para perceber o ritmo metódico: há objetivos espalhados, colete armas, resolva o problema, receba uma pequena cena pré-renderizada. Considerando o padrão cinematográfico dos jogos anteriores, os momentos icônicos e roteirizados fizeram muita falta por aqui.

Na maior dificuldade, as missões são até estendidas pelo risco oferecido pelos inimigos, que precisam de poucas balas para eliminar o jogador. Esse desafio recompensa os agentes mais pacientes, diminuindo o ritmo da jogatina e, consequentemente, aumentando sua duração. Porém, isso não é e nem deve ser usado como argumento, já que o modo pode ser considerado punitivo e pouco divertido para boa parte do público.

Falta momentos emocionantes no estilo de filmes em Call of Duty Modern Warfare 3.

As Missões de Combate Aberto oferecem várias opções, mas as fases tradicionais ainda são as melhores. Uma delas acontece na tundra, onde o jogador precisa eliminar snipers escondidos na neve enquanto se protege. Se ele for visto, basta um tiro para ser eliminado. Também temos uma fase no antigo estádio de Verdansk, que traz de volta um pouco da nostalgia de Call of Duty.

Apesar de seus pontos fracos, da falta de momentos marcantes e da jogabilidade repetitiva, eu ainda estava me divertindo com o jogo até aquele momento. Os tiroteios ainda eram bem feitos e a campanha terminou abruptamente, deixando a sensação de que haveria mais conteúdo no futuro. No entanto, depois de 15 horas jogando no modo Veterano, senti que a experiência era vazia e não muito memorável.

Para comparativos, a redação do Voxel também terminou a campanha de Modern Warfare 3, mas na dificuldade padrão, resultando em cerca de 5 horas de jogatina.

Relatório final: a campanha de Modern Warfare 3 é tão ruim assim?

Frente à ausência de momentos marcantes na narrativa, um roteiro apressado e mal-desenvolvido, e fases recicladas de Warzone, nada na campanha de Call of Duty: Modern Warfare 3 justifica seu preço. Notavelmente, o modo narrativo não costuma ser o principal motivo pelo qual os jogadores compram os jogos da franquia, mas com o Multiplayer e o Modo Zumbi incorporando cada vez mais elementos de Warzone, vale refletir se o lançamento de R$ 300 não passa de uma DLC “Premium” para o battle-royale gratuito da Activision.

A campanha de Modern Warfare 3 tem boas ideias, mas parece que não foram muito bem exploradas. Comparando com o potencial mostrado em Modern Warfare (2019), que retrata de maneira realista os efeitos da guerra e tem um tom mais maduro, fica nítido que o novo Call of Duty poderia ter sido mais crítico.

A campanha de Modern Warfare 3 não agrada aos jogadores logo de início. Ela dá muita importância aos modos multijogador, o que faz parecer que o jogo está incompleto e mal planejado. Ele deixa a desejar e mostra que poderia ter sido melhor.

A campanha de Call of Duty Modern Warfare 3 recebeu a nota 50 do Voxel.

Pontos positivos (prós):

  • Design de animações, áudio e armas segue primoroso;
  • A luta continua boa, mesmo com a inclusão de elementos do Warzone;
  • Excelentes performances.

Desvantagens

  • A história não é tão boa quanto a franquia, nem mesmo em comparação aos jogos anteriores.
  • História confusa e sem sentido, falta progressão.
  • Há uma grande quantidade de conteúdo reutilizado demais;
  • As Missões de Combate Aberto não são estimulantes;
  • Falta de momentos icônicos no roteiro;
  • Os protagonistas não interagem bem entre si.

Call of Duty Modern Warfare 3 foi testado na versão de PC (Steam) com uma chave cedida pela Activision Brasil. O game chega em 10 de novembro no PC, PS4, PS5 Xbox Series S e X.


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