A Embraer informa aos EUA que a empresa é responsável pela criação de 12.500 empregos no país
O diretor executivo da empresa brasileira divulga informações sobre a atuação da organização e os projetos de aquisição previstos em US$ 21 bilhões.

Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, informou a autoridades norte-americanas que a empresa emprega 2.500 pessoas diretamente e mais 10.000 indiretamente nos Estados Unidos. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada em 28 de julho de 2025. O executivo tem conduzido negociações para reduzir a taxa de 50% sobre aeronaves brasileiras, que começará a vigorar em 1º de agosto.
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“Nosso alcance é maior com as autoridades que trabalham com as tarifas, os secretários com nível de ministro. Temos demonstrado a relevância que possuímos no mercado americano”, declarou o CEO, que se reuniu com os secretários Howard Lutnick (Comércio), Scott Bessent (Tesouro), Sean Duffy (Transportes) e um auxiliar de Jamieson Greer, titular da Representação Comercial dos EUA.
Gomes Neto afirmou que a Embraer detém a maior parte do mercado de aviação regional nos Estados Unidos, com aeronaves que movimentam 5 milhões de passageiros mensais. A empresa pretende investir US$ 21 bilhões (R$ 117,8 bilhões) em equipamentos americanos nos próximos cinco anos, o que resultará em um superávit de US$ 8 bilhões (R$ 44,9 bilhões) para o país.
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Nossos jatos comerciais são os únicos aprovados para operar no mercado regional. São jatos de 80 lugares. A Boeing só opera com jatos maiores. Não competimos com eles. Transportamos 5 milhões de passageiros por mês. Se pegarmos aeroportos como o Ronald Reagan, em Washington, ou o La Guardia, em Nova York, um terço dos voos é feito com aviões, declarou.
“Possuímos mais de 80% desse setor da aviação regional nos EUA. Com essa tarifa, torna-se inviável renovar a frota”, declarou.
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A diretoria declarou ter sido pega de surpresa pelo aumento da taxa, uma vez que visava diminuí-la de 10% para 0, conforme praticado desde 1979.
Até o dia 9 estávamos trabalhando para reduzir a tarifa de 10% para zero. O setor aeronáutico sempre operou com alíquota zero, desde 1979. Os 10% já traziam uma grande complexidade para nós. Quando o governo anunciou os 50%, foi uma surpresa muito grande, declarou.
Ele mencionou que a aeronave militar KC-390 causa incômodo à Lockheed Martin, afirmando que poderia estabelecer uma fábrica nos Estados Unidos caso houvesse aquisição governamental, gerando 2.000 empregos.
Gomes Neto relatou ter recebido o apoio de clientes, incluindo a American Airlines, e mencionou os esforços do vice-presidente Geraldo Alckmin para encontrar uma solução diplomática. “Tornei-me Diretor de Tarifas”, declarou, em referência à sua intensa dedicação ao assunto.
Fonte por: Poder 360