A extinção dos jumentos no Brasil: compreenda os impactos do comércio predatório
Com a mecanização da agricultura, os jumentos se tornaram obsoletos e, consequentemente, vítimas de uma exploração predatória que pode levá-los à extinç…

Ameaça à população de jumentos no Brasil
Considerado um colapso da oferta devido à pressão externa, o aumento da procura da China por colágeno encontrado na pele dos jumentos está causando o declínio populacional localizado de uma espécie que, ironicamente, não corre risco de extinção global.
Conhecido popularmente como jumento, o burro brasileiro (Equus asinus) é um símbolo do semiárido nordestino e teve a população reduzida em 94% entre 1999 e 2024, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Agrostat.
Divulgados no site da organização The Donkey Sanctuary, os números são alarmantes: de 1,37 milhão de jumentos caiu para pouco mais de 78 mil indivíduos, configurando uma das maiores tragédias ambientais silenciosas do país.
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No 3º Workshop Internacional Jumentos do Brasil, realizado em Maceió nos dias 26, 27 e 28 de junho, foi lançada a campanha “Pare o Abate”, que visa angariar apoio para a aprovação de dois projetos de lei – no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa da Bahia – que propõem a proibição dos abates.
Contudo, a procura pelo ejiao – uma gelatina medicinal tradicional chinesa que movimenta bilhões de dólares – resulta no abate de 5,9 milhões de jumentos anualmente em todo o mundo, de acordo com o The Donkey Sanctuary. Os impactos econômicos, sociais e ambientais desse comércio são incalculáveis.
Impactos econômicos da extinção do jumento brasileiro
Atualmente, três frigoríficos possuem licença do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para abater jumentos no Brasil, todos localizados na Bahia, estado que historicamente abrigou uma das maiores populações de jumentos do país. Cientistas e organizações conservacionistas afirmam que a atividade se tornou “insustentável”.
“Produzir jumentos para abate não é rentável, é, na verdade, um extrativismo”, explica o professor Escodro. O negócio se resume a capturar/abater os animais existentes na natureza ou em propriedades, extrair o colágeno (sem reposição) e simplesmente esgotar o “estoque” disponível.
Tecnicamente, pode-se considerar uma crise de superexploração com risco de esgotamento do recurso. No caso dos jumentos, a situação é mais grave, pois, diferentemente de recursos minerais ou agrícolas, que podem ser repostos, a extinção de uma espécie representa uma perda irreversível.
Essa prática representa um verdadeiro “tiro no pé” para os próprios exportadores, que estão eliminando a fonte de su o dos maus-tratos aos animais. Em um artigo publicado em maio deste ano na revista científica Animals, o professor Escodro e outros cinco pesquisadores relatam a análise de 104 animais destinados ao abate.
A pesquisa indica que os parâmetros detectados podem ser indicativos de desnutrição e inflamação sistêmica, mesmo que outros resultados laboratoriais não tenham demonstrado sinais de doença. Essa constatação revela sofrimento nos animais antes do abate e um possível risco para os consumidores.
Neste cenário desolador, uma possível boa notícia surge de uma pesquisa apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Fundação Araucária do Paraná: o projeto “Colágeno de jumento por fermentação de precisão”, que propõe produzir proteínas animais por meio de fermentação para substituir o colágeno de jumentos.
“É uma pesquisa que exige alguns anos até que a tecnologia esteja pronta para industrialização”, ressalta a coordenadora do projeto, professora Carla Forte Maiolino Molento, da Universidade Federal do Paraná.
Consideradas extintas, ressurgem no Rio de Janeiro após 100 anos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação ZéNewsAi
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