A falta de investimento da Conmebol na Copa América evidencia o potencial ainda inexplorado do futebol feminino na América do Sul

A realização de treinos em espaços pequenos, como salas de 15 m², o uso de estádios ociosos e a falta de premiação adequada se destacam em contraste com…

02/08/2025 8h04

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(Imagem de reprodução da internet).

A Conmebol não valoriza seus produtos é um fato conhecido, e a décima edição da Copa América Feminina, que ocorre no Equador, evidenciou essa realidade. Na primeira rodada da fase de grupos, as seleções foram impedidas de aquecer no gramado dos estádios, para preservar a grama. A seleção brasileira registrou um desses momentos, em que aqueceu em uma sala de 15 m² e com cheiro de tinta, e reclamou publicamente após a vitória contra a Bolívia, o que fez a entidade alterar a regra e permitir 15 minutos de aquecimento para todo o grupo.

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Já imaginou isso acontecer no futebol masculino?

Para quem acompanhou os jogos do Brasil, notou que os estádios estão constantemente vazios. Com ingressos a partir de US$ 3 (aproximadamente R$ 16,76), a média de torcedores é inferior a 300, o que dificulta a popularização do esporte. A questão financeira também é problemática na premiação. O valor de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8,3 milhões) pago à seleção campeã é o mesmo valor pago na edição de 2022. Sem contar que o torneio contou com o VAR apenas na fase final.

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Além dos confrontos da Conmebol, as entidades não oferecem o apoio necessário às jogadoras. A seleção do Uruguai, por exemplo, manifestou insatisfação com as condições de trabalho e ficou um dia sem treinar antes do início do campeonato. O protesto teve impacto e a AUF cedeu ao incremento dos gastos com viagens, a autorização para concentração no Complexo Celeste e a melhoria nos equipamentos de treinamento. Elas se classificaram para as semifinais pela segunda vez no histórico, mas foram eliminadas para o Brasil.

A distância existente entre o futebol feminino sul-americano e a Eurocopa Feminina 2025 se destacou. O principal torneio de seleções da Europa realizou-se de 2 a 27 de julho, na Suíça, e registrou um público recorde, com 657.291 espectadores, superior aos 574.875 torcedores da edição de 2022 na Inglaterra. A UEFA também revisou o valor da premiação, pagando 41 milhões de euros para as jogadoras e seleções. Em 2022, esse montante era de 16 milhões de euros e, em 2017, de 8 milhões de euros.

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É fácil encontrar pessoas criticando o nível de futebol feminino apresentado no Brasil, mas com tanta deficiência de estrutura, como o esporte irá evoluir? A Copa do Mundo de 2027 acontecerá aqui e, a esperança é que o investimento da Fifa alavanque a modalidade, mas é preciso muito mais esforço da CBF e Conmebol para que as coisas melhorem.

Fonte por: Jovem Pan

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