Em setembro, a indústria do Brasil teve uma pequena queda na confiança que a colocou no nível mais baixo desde meados de 2020, diante de problemas como o nível dos juros ainda alto e o endividamento intenso das famílias.
Nesta quarta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o Índice de Confiança da Indústria (ICI) que recuou 0,4 ponto em setembro, para 91,0 pontos. Isso marca o terceiro mês consecutivo de baixa, atingindo o pior nível desde julho de 2020 (89,8).
“A elevada taxa de juros, forte endividamento nas famílias, alto nível de estoques dada a redução da demanda interna principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo vêm limitando o crescimento do setor”, esclareceu em nota Stéfano Pacini, economista da FGV Ibre.
Atualmente, a Selic está em 12,75%, depois de dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual, que vieram após meses com taxa de juros de 13,75%. Embora o Banco Central tenha começado um processo de relaxamento monetário, os custos dos empréstimos continuarão em um nível restritivo que impacta o crescimento econômico, segundo economistas.
“Apesar da Melhora da Percepção dos Empresários com Relação à Situação Atual, Influenciada pela Demanda Externa de Setores Relacionados à Produção de Bens Intermediários, Isso Ainda é Insuficiente para que a Confiança Melhore no Curto Prazo”, Avaliou Pacini.
Neste mês, o índice Situação Atual (ISA) – que mede a percepção dos empresários sobre o momento presente da indústria – subiu 1,2 ponto, para 89,7 pontos, mas o índice de Expectativas (IE) recuou 2,0 pontos, a 92,4 pontos, pior resultado desde fevereiro (91,4).