A Fifa refuta acusações de “teatros” da FifPro e exige “diálogo” em prol do bem-estar dos atletas

A organização apresentou suas ações divulgadas para responder às críticas, enfatizando o repouso mínimo de 72 horas entre jornadas e licenças obrigatóri…

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(Imagem de reprodução da internet).

A principal federação de associações de futebol profissional do mundo, a FifPro (Federação Internacional de Associações de Futebol Profissional), se reuniu nesta sexta-feira (25) em Hoofddorp, na Holanda, para criticar o modelo de governança “autocrático” da Fifa que não estaria considerando o bem-estar dos atletas com “má gestão dos calendários internacionais”. A crítica se referia à realização do Mundial de Clubes nos Estados Unidos durante as férias dos europeus e em condições climáticas desumanas, sob forte calor. A entidade rebateu o órgão, exigindo diálogo em vez de apenas cobranças.

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Em Hoofddorp, os representantes de várias ligas mundiais concluíram que a Fifa deve responder aos pedidos do FifPro e que não pode desconsiderar uma organização legitimada e reconhecida democraticamente. Justificou-se que é inaceitável que se continuem a ignorar direitos fundamentais e necessidades básicas de jogadores. O comunicado oficial foi assinado por Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol e integrante da FifPro.

Na quarta-feira, o presidente da FifPro, Sérgio Marchi, também secretário-geral do sindicato dos jogadores argentinos, já havia declarado guerra à Fifa, com críticas duras ao presidente Gianni Infantino.

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O futebol não pertence a Infantino. Não pertence à Fifa. O futebol pertence a todos os jogadores de futebol. Se há deuses do futebol, são Franco Baresi, Toto Schillaci, Diego Armando Maradona, Lionel Messi, Sócrates, Ronaldinho. Não Infantino, detonou. Estamos no século 21 e milhares de jogadores ainda não recebem salário. Enquanto isso, a Fifa comemora recordes de venda de ingressos. Deixem que eles façam a festa, mas as pessoas que criaram o jogo também devem ser pagas. O futebol é profundamente injusto. É injusto. E estamos numa profissão que termina aos 35 anos, com uma vida inteira ainda pela frente.

Na sua longa defesa desta sexta-feira, a Fifa reiterou seu apelo ao diálogo. “A Fifa está extremamente decepcionada com o tom cada vez mais divisivo e contraditório adotado pela liderança da FifPro, pois essa abordagem demonstra claramente que, em vez de se envolver em um diálogo construtivo, a FifPro escolheu seguir um caminho de confronto público impulsionado por batalhas de relações públicas artificiais que não têm nada a ver com a proteção do bem-estar dos jogadores profissionais, mas sim com o objetivo de preservar suas próprias posições e interesses pessoais”, declarou a entidade mundial.

A comunidade global do futebol merece mais. Os jogadores merecem mais, enfatizou a Fifa, revelando que se reuniu com sindicatos mundial em prol dos jogadores. “No sábado, 12 de julho de 2025, após um longo período de esforços malsucedidos para levar a FifPro à mesa de negociações em um ambiente de diálogo respeitoso e progressivo e sem hostilidade, a Fifa se reuniu com vários sindicatos de jogadores em Nova York para anunciar e reafirmar medidas concretas e progressivas, projetadas especificamente para proteger o bem-estar físico e mental dos jogadores em todo o mundo”, garantiu.

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A organização continua a apresentar as ações divulgadas para responder às críticas da FIFPro, enfatizando o descanso mínimo de 72 horas entre partidas, férias obrigatórias de pelo menos 21 dias, a participação dos jogadores nas reuniões entre os órgãos, reformas nos sistemas de transferências, mais investimentos no futebol feminino e acordos coletivos para aprimorar as condições dos atletas, entre outros.

Estas ações concretas vão além do que a FifPro tem se manifestado, e a Fifa está extremamente surpresa com a reação de sua liderança. Em vez de aceitar esses anúncios sem precedentes que favorecem jogadores de todo o mundo, a FifPro respondeu com uma série de ataques pessoais e desrespeitosos.

O revés da Fifa devolveu à entidade concorrente a acusação de desrespeito ao bem-estar dos atletas. “Essa postura demonstra muito sobre as prioridades da FifPro. Indica que sua liderança não se importa realmente com os jogadores, mas sim com disputas políticas internas e sua imagem”, afirmou. As reformas propostas pela Fifa visam gerar mudanças genuínas para apoiar os jogadores e são muito mais importantes do que preservar a imagem percebida da FifPro.

Infelizmente, a Fifpro tem se recusado consistentemente a se envolver de forma construtiva nesses esforços. Em vez de contribuir de maneira significativa, optou por acusações teatrais, priorizando manchetes da mídia em detrimento de avanços mensuráveis para os profissionais que alega representar.

Não se trata de promessas vazias nem de alarde, mas sim de ações concretas e verificáveis. Considerando o interesse da FifPro em abordar questões como a boa governança, talvez deva considerar a publicação de seus próprios estatutos e a divulgação de balanços anuais transparentes, para assegurar que o que está sendo defendido também esteja sendo colocado em prática. Seja claro: não se pode defender a transparência enquanto se opera na obscuridade.

A entidade reiterou seu compromisso com o futebol. “A realidade é que a Fifa permanece firmemente comprometida em colocar os jogadores no centro do futuro do futebol, não apenas em palavras, mas por meio de regulamentação e reformas concretas”, afirmou. “A Fifa convida todos os representantes genuínos dos jogadores a se juntarem a nós nesse trabalho, não atacando de fora, mas participando de um diálogo transparente e focado em soluções. Portanto, a Fifa convida a FifPro a retornar à mesa de negociações, depois que eles pararem com a chantagem e retirarem suas reclamações.”

Com informações do Estadão Contido

Publicado por Nótaly Tenório

Fonte por: Jovem Pan

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