A inadimplência de produtores rurais no Brasil atingiu 7,9% no primeiro trimestre, segundo a Serasa

O indicador apresentou um aumento de 0,3 ponto em comparação com o quarto trimestre do ano anterior.

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(Imagem de reprodução da internet).

Inadimplência do Produtor Rural no Brasil em 2024

A inadimplência do produtor rural pessoa física no Brasil atingiu 7,9% no primeiro trimestre, um aumento de 0,9 ponto percentual em comparação com o mesmo período de 2023, à medida que o setor enfrenta desafios relacionados a custos, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1º) pela Serasa Experian.

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O indicador, que considera dívidas vencidas há mais de 180 dias e contraídas junto a bancos e empresas que se relacionam às principais atividades do agronegócio, apresentou alta de 0,3 ponto em comparação com o quarto trimestre do ano anterior.

Após uma quebra de safra de grãos no ano anterior, que contribuiu para aumentar a inadimplência, o Brasil teve em 2025 uma colheita recorde de soja, o principal produto do agronegócio.

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Segundo Marcelo Pimenta, chefe de agronegócio da Serasa Experian, a “flutuação” do indicador já era prevista.

De certa forma, podemos encarar esse fato de maneira positiva, pois ele demonstra a resiliência de toda a cadeia agropecuária, que, apesar dos desafios de custos e das perdas de receita, continua, em sua maioria, cumprindo compromissos financeiros, afirmou ele em nota.

Os produtores classificados como “grandes proprietários” apresentaram a maior taxa de inadimplência no período, atingindo 10,7% e ultrapassando a média nacional.

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“O destaque para os grandes proprietários reflete uma questão de comportamento… esses são perfis que costumam assumir volumes maiores de financiamentos, aumentando a exposição a possíveis riscos e oscilações econômicas de mercado”, disse Pimenta.

Além deles, a categoria de arrendatários apresentou a maior inadimplência, com 9,5%.

Em seguida, os médios proprietários representaram 7,8%, e os pequenos, 7,2%.

Gaúchos, os menos inadimplentes

Os agricultores do Rio Grande do Sul são os menos inadimplentes, de acordo com o levantamento da Serasa Experian, que também aponta uma situação de menor inadimplência nos outros dois estados do Sul.

A inadimplência da população rural no Rio Grande do Sul foi de 4,8%, mesmo com o Estado tendo sofrido com perdas de produção devido à seca nos últimos anos. Adicionalmente, em 2024, o setor foi afetado pelas enchentes severas.

Os dados do Rio Grande do Sul mostram os resultados das renegociações e linhas de crédito específicas que aconteceram após as enchentes, explicou a Serasa Experian.

Além disso, a população rural da região tem forte atuação com o seguro rural, o que contribui para esse cenário mais positivo, afirmou.

Paraná, com 5,7% de inadimplência, e Santa Catarina, com 6%, também se destacam, segundo o levantamento.

O Mato Grosso, principal estado produtor de grãos e oleaginosas no Brasil, apresenta uma situação intermediária em relação aos demais estados, com uma taxa de inadimplência de 9,5%.

O estado com o maior índice, 21,2%, é o Amapá, que possui pouca representatividade na agricultura do país, seguido por outros estados do Norte e Nordeste, de acordo com os dados.

O Brasil apresenta a segunda taxa de juros reais mais elevada do planeta, em decorrência do aumento da taxa Selic.

Fonte por: CNN Brasil

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